As dívidas no cartão de crédito impulsionada pelas compras dos itens de alimentação continuam como o principal motivo do endividamento dos fortalezenses. A Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), deste mês de março apontou que 66,2% dos consumidores da capital cearense possuem dívidas, destes 77,8% dos entrevistados contam com dívidas no cartão de crédito, sendo 48,2% de gastos com alimentação.
O economista Alex Araújo explica que o resultado não é específico deste mês, e sim uma tendência já observada em outros meses. "Esse resultado do peso da alimentação não é específico do mês de março, em outros meses os itens de alimentação também apresentam liderança. Isso vem de um hábito nosso de utilizar o cartão de crédito para as compras no supermercado e como a nossa renda é muito baixa, faz com que ele apareça como o principal item".
O consumidor também usou o crédito para gastos em artigos de vestuário (39,7%); eletroeletrônicos (33,7%) e realização de despesas de educação e saúde (29,4%).
Apesar de as despesas com alimentação continuarem representando os principais gastos na Capital, o economista acredita que o endividamento deste mês de março foi liderado pelas compras nas liquidações de eletroeletrônicos no início do ano aliado a concentração de pagamento dos impostos anuais. "Foi dado o calendário de liquidações de janeiro, fevereiro e março e a concentração de impostos".
A principal justificativa para que os consumidores atrasem suas contas é o desequilíbrio financeiro, a diferença entre a renda e os gastos correntes. O caso foi citado por 53,5% dos consumidores. Já o segundo motivo é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 30,7%, seguindo pela contestação da dívida, com 12,6% de citação.
Proporção de consumidores com dívidas
A taxa percentual de endividamento deste mês foi a mesma verificada que ano mês de fevereiro, mas a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve aumento de 2,4 pontos percentuais, passando de 15,2% em fevereiro, para 17,6% em março. O tempo médio de atraso permaneceu estável em 61 dias. O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.257 e prazo médio de sete meses, comprometendo 28,6% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de
consumidores do sexo masculino (5,8%), com idade superior a 35 anos
(6,7%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (6,0%).
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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