A exemplo do que ocorreu nos últimos dois anos, o semiárido cearense, ao que tudo indica, enfrentará mais um ano difícil em relação à seca. Isso porque o Estado tem 40% de probabilidade de ter chuvas abaixo da categoria considerada normal, durante três dos quatro meses da quadra chuvosa (fevereiro, março e abril). O prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) foi anunciado, na noite de ontem, durante o encerramento do XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino.De acordo com as previsões, o Ceará tem 35% de chances de ter chuvas dentro da média e apenas 25% de probabilidade de a quadra chuvosa ficar acima dela. Um novo prognóstico, contemplando o mês de maio, deve ser divulgado em até um mês. A média climatológica do Estado para os quatro meses é de cerca de 805 milímetros.
O resultado do prognóstico foi alcançado por meio de análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala e pelos resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de várias instituições de meteorologia do País. “Nós temos condições de neutralidade no Oceano Pacífico, mas um Atlântico ainda desfavorável. Essas foram as duas características que resultaram nesta previsão”, explicou o presidente da Funceme, Eduardo Martins.
Segundo ele, a expectativa da Fundação é de atualizar o sistema de previsão, que é feito mensalmente, em uma frequência maior, na tentativa de agilizar o processo de resposta aos possíveis impactos da situação climática. “A cada 15 dias, se possível”, diz. Apesar de uma atualização mais constante, o presidente afirma ser muito difícil haver mudanças profundas neste quadro.
A meteorologista Meiry Sakamoto esclarece que as regiões com mais chance de ter chuvas abaixo da média são o Sertão Central e a Região Sul. É uma situação bastante preocupante, pois já viemos de dois anos de escassez de água. Em 2012 e 2013 nós tivemos poucas chuvas, e tudo indica que neste ano a gente pode, nestes três meses, passar por uma situação bastante semelhante”, diz ela, ressaltando que as chuvas tendem a iniciarem-se na segunda quinzena do mês de fevereiro. Ainda segundo a Funceme, o Noroeste do Ceará tem chances de ter chuvas dentro da média.
Segundo os registros da Funceme, tendo como base de cálculo os anos de 1950 a 2009, para se ter uma precipitação dentro da média na Região Central e Ihamuns, por exemplo, é necessário chover entre 372,4 e 485,2 milímetros no período de fevereiro a abril. Na Região do Cariri, os números ficam entre 489 e 639,2 milímetros e, no litoral de Fortaleza, é considerado dentro da categoria normal chover entre 545,6 e 755,4 milímetros.
Diante da previsão de chuva abaixo da média histórica, o órgão enviou, ainda no mês de dezembro do ano passado, um relatório para o Comitê Integrado de Combate à Seca no Ceará.
Órgãos como a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), desde então, desenvolvem ações para o combate à estiagem no Estado.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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