Comércio registra pior Dia das Crianças dos últimos seis anos

 

O Brasil registrou o pior Dia das Crianças dos últimos quatro anos. As vendas a prazo na semana que antecede à data cresceram 3,15%, contra 4,80% no mesmo período de 2012. Os dados foram divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).A expectativa é que o crescimento das vendas em Natal tenha ficado em torno de 3% - abaixo da média nacional. Se confirmado, o crescimento terá sido o menor já registrado em seis anos, segundo Augusto Vaz, diretor do SPC e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal. O Serviço de Proteção ao Crédito aguarda a conclusão de uma pesquisa junto aos lojistas para confirmar o número. “A nossa expectativa é ter crescido 3%. Ano passado crescemos 4%”, compara Vaz.

Além da inflação e do crédito mais caro, o empresário cita a paralisação dos bancos e até o atraso no pagamento dos servidores públicos estaduais por parte do governo como razões para o crescimento abaixo da média. “Tudo isso gera um clima de tensão no mercado e faz as pessoas consumirem menos”, explica.

Projeções

O cenário, segundo Vaz, deve mudar pouco até o final do ano. As vendas de fim de ano, prevê ele, deverão crescer cerca de 5%, em Natal. “Um crescimento baixo, se considerarmos que as vendas já chegaram a crescer até 10% no mesmo período, em anos anteriores”, analisa.

O comércio potiguar vem registrando uma série de indicadores negativos ao longo do ano. A saída para mudar essa realidade, segundo Augusto Vaz, pode estar no investimento público. “Esperamos que os juros voltem a cair e que os governos federal e estadual invistam mais. A economia vem crescendo, mas num ritmo mais lento. Esperamos esses investimentos para voltar a reaquecer economia”.

Já o quadro em 2014, afirma Augusto Vaz, pode ser mais favorável. “A Copa do Mundo pode acelerar os investimentos públicos”, observa.

Segundo o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, a desaceleração da expansão das vendas no setor já era esperada pela maioria dos comerciantes.

“O consumidor brasileiro está mais cauteloso, fato que o leva a priorizar compras à vista, com um ticket médio menor e a renegociar dívidas já assumidas. Além disso, muitos estão se resguardando para consumir no Natal”, explica Roque Pellizzaro Junior.

Números divulgados ao longo de 2013 já sinalizavam vendas mais fracas no final do ano. O Rio Grande do Norte já havia registrado o menor crescimento das vendas do Dia dos Pais dos últimos três anos: +5,5% -  muito abaixo do registrado desde 2010 no estado. Em 2012, por exemplo, as vendas subiram 7,5% no mesmo período.     A retração do mercado de trabalho foi apontada como uma das razões para o crescimento mais modesto, na época. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado foi procurada para analisar os números, mas preferiu não comentar os dados do SPC e da CNDL.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus