
Como foi deflagrada em meados do mês, período em que diminuem o ritmo das operações bancárias e financeiras, a população ainda não sentiu o impacto da greve dos bancários, iniciada ontem em todo o país. Em Natal, o atendimento nas agências foi reduzido, ficando de fora da greve apenas unidades do Bradesco e do Santander. A paralisação atinge as instituições bancárias oficiais, como Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco do Nordeste. Entre os bancos privados, estão parados o Itaú e o HSBC.
Ontem, por ocasião da abertura das agências bancárias, às 10 horas, não havia tantas filas de clientes, mesmo no autoatendimento dos caixas eletrônicos. Era o caso daagência do Banco do Brasil da Cidade Alta. Na área interna de guichês de caixa não estava sendo feito atendimento. O funcionário de uma empresa de economia mista, Judson Anselmo Teixeira, 50 anos, acha que a situação pode piorar com a aproximação do fim do mês, “porque pode começar a falta dinheiro nos caixas eletrônicos”.
Ontem mesmo, Judson Teixeira queixava-se que “faltavam de envelopes” para depósito de cheque ou dinheiro em espécie nos caixas eletrônicos do BB. “Toda greve pode ser justa, mas quem termina pagando com prejuízo é a população”, disse.
A coordenadora do Sindicato dos Bancários, Márcia Turra, diz que a orientação para os clientes dos bancos, é que procuram as lotéricas, correspondentes bancários e os Correios, que também funciona como agência bancária, bem como os caixas eletrônicos dos bancos para realização, principalmente, do pagamentos de contas de luz, água , telefone e boletos bancários de forma geral antes do vencimento.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as transações bancárias por meios eletrônicos estão cada vez mais acessíveis e já respondem por 42% de todas as transações bancárias.
Márcia Turra explicou que pela lei de greve, “o serviço considerado essencial é a compensação”, que não pode parar e realmente funciona. A Fenaban ofereceu um reajuste salarial de 6,1%. O comando nacional de negociação ligado à Contraf/CUT reivindica um reajuste de 11,93%, enquanto a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), da qual faz parte a base da categoria no Rio Grande do Norte, pleiteia 22%, para cobrir as perdas das últimas duas décadas.
bate-papo
Marta Turra, coordenadora geral do Sindicato dos Bancários
A partir do dia 25, o atendimento pode ser mais complicado, porque é data normalmente em que começa o pagamento de salários. Como o Sindicato vê essa questão?
Nós temos plena consciência de que poderá se agravar, caso a greve se estenda. Até a época dos pagamentos, certamente vai demorar a sair pagamentos, mas temos a expectativa de que a Fenaban e o Governo ofereçam uma proposta que a gente possa avaliar. Não temos nenhum interesse em criar tumulto para a população. Lamentavelmente, há três meses a gente vem lutando. Os bancos e o governo sabem da situação dos bancários e têm plena consciência do que acontece dentro dos bancos por falta de gente e tiveram todas as oportunidades de resolver isso e não resolveram.
Quais são as reivindicações?
Estamos lutando para recuperar as nossas perdas salariais que são enormes, que chega a até 90% nos bancos públicos. Logicamente queremos parcelar isso, mas queremos um reajuste imediato de 22% para minimizar essas perdas. Enquanto o Dieesel diz que uma família deveria receber um salário de R$ 2.860, no banco, esse salário é de R$ 1.500,00.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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