OGoverno do Estado anunciou ontem reajustes entre 6,66% e 23,65% nos preços que paga aos fornecedores do Programa do Leite, que garante a distribuição gratuita do produto à população. O reajuste será concedido a partir do dia 1º de junho e poderá ajudar a elevar a oferta do leite no programa, que encolheu na esteira da seca - que afetou a produção - e de fatores como atrasos de pagamento aos fornecedores.Por dia, o governo compra, em média, 87 mil litros de leite bovino e 6.500 litros de leite de cabra. Os produtores de leite de cabra que fornecem ao programa passarão a receber 6,66% a mais, de acordo com o anúncio feito pela governadora Rosalba Ciarlini.
O reajuste eleva o preço do litro de R$ 1,50 para R$ 1,60. Já o preço pago aos produtores de leite de vaca subirá 23,65%, passando de R$ 0,93, para R$ 1,15. O valor ficou abaixo do esperado pelos produtores. Em abril, o Sindicato dos produtores (Sinproleite/RN) disse ter protocolado um pedido no Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN), que administra o programa, para que o valor subisse para R$ 1,30. A reportagem procurou o Sinproleite ontem para comentar o assunto, mas o porta-voz indicado não foi localizado.
Para o leite de gado o último reajuste no estado havia sido concedido em setembro de 2012, elevando o valor de R$ 0,80 para R$ 0,93. Os produtores reivindicavam na época que o valor fosse elevado para R$1, mas não foram atendidos. Segundo o secretário de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, Júnior Teixeira, o atual aumento no preço está acima da média do concedido no Nordeste, de 17,34%. “O setor estava precisando desse reajuste. E reajuste geralmente tem resposta da quantidade ofertada no programa. A atividade passa a ser vantajosa”, disse Teixeira.
De acordo com o secretário, o governo estuda “mecanismos” para favorecer os produtores e poderá anunciar incentivos ao setor dentro de 30 dias. “É preciso ter um pouco de paciência para conseguir essas conquistas. Há boa vontade da governadora em ajudar o setor. É preciso que os produtores entendam que estamos saindo da seca”, disse, sem detalhar os possíveis incentivos.
Memória
Reportagem publicada em 25 de abril mostrava que as famílias beneficiadas com o Programa do Leite foram prejudicadas pela redução da oferta no estado. Entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, houve queda de 43,8% na oferta do produto ao Programa em relação ao volume inicialmente contratado, de 155 mil litros de leite. Os dados foram divulgados, à época, pela Emater.
Em dezembro do ano passado, o governo distribuiu 105 mil litros por dia. Em janeiro deste ano, a entrega caiu para 102 litros/dia e, em fevereiro, para 87,9 mil litros/dia. Mas, o total distribuído em março foi ainda menor.
De acordo com o Sinproleite, a redução de março foi a maior registrada até então, com a entrega de somente 38,70% do montante acordado com o Governo. O percentual corresponde à distribuição de 60 mil litros de leite, diariamente.
Os produtores que resistem à seca reclamavam da falta de subsídios governamentais e ressaltavam estar afogados em dívidas contraídas para o financiamento da produção. As despesas, segundo eles, não eram liquidadas em decorrência dos baixos valores pagos pelo Governo por cada litro do produto
O Programa distribui um litro de leite pasteurizado, por dia, para gestantes e crianças de famílias carentes no estado.
Bate-papo
Dalton Cunha, presidente do Sindileite/RN
Como vocês veem esse reajuste?
Percentualmente é um grande reajuste. Foi significativo porque a gente sabe do sofrimento do produtor ocasionalmente com a seca. Temos que considerar que ajuda muito. O governo foi sensível com o setor.
Está dentro da expectativa?
A expectativa é de uma coisa maior, mas consideramos que é um caminho para recuperação e salvação do produtor.
Quanto seria o ideal?
Nunca é ideal, mas é fundamental para manutenção do programa.
Como o atual reajuste ajuda o setor nesse período de seca?
O leite é o principal produto de manutenção do homem de campo no Brasil. Na medida em que há reajuste no programa a rentabilidade do leite aumenta, possibilitando lucro ao produtor.
Como esse aumento ajuda o programa do leite?
De imediato em um curto espaço de tempo o leite vai chegar ao beneficiário em menos de um mês de forma regular.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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