
Na iminência de uma retomada do ciclo de alta de juros, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação não vai precisar ser debelada com um "tiro de canhão" como na história recente do País. "Pode ser de metralhadora, se necessário", disse. Ele frisou que não estava opinando sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa amanhã e termina na quarta-feira, mas sobre uma mudança estrutural nos juros.Guido Mantega disse que "os investimentos vão bombar em 2014" e admite que pode usar "tiro de metralhadora" para debelar a inflação
Mantega afirma que a inflação está sob controle e "o que está na boca do povo é o tomate" e não uma alta generalizada de preços. Um dos principais defensores do câmbio desvalorizado, o ministro admite que o governo promoveu uma depreciação do real, que elevou em até 0,5 ponto porcentual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).Para o ministro, a principal meta do governo Dilma, que é transformar os investimentos na mola propulsora da economia, será atingida no ano eleitoral. "Os investimentos vão bombar em 2014. O comportamento dos preços neste começo de ano tem sido parecido com o dos últimos oito anos. Tivemos choques nos preços das commodities, o que não nos deixa tristes, já que somos grandes exportadores de produtos básicos, mas é claro que há reflexo na inflação. No ano passado, tivemos nos Estados Unidos e no Brasil uma seca", aposta.Além disso, acrescentou Mantega, "fizemos uma desvalorização cambial, que também é inflacionária, tendo efeito de algo como 0,4 ou 0,5 ponto porcentual no IPCA. Se somarmos as coisas, veremos que a inflação recente não é uma questão estrutural, mas pontual. O sistema de metas de inflação foi pensado para absorver essas excepcionalidades, e é por isso que estamos há oito anos com inflação dentro da meta. E vamos cumprir a meta neste ano".O governo reduziu a conta de luz, desonerou a cesta básica e postergou os reajustes de transporte público. Mesmo assim a força da inflação não diminuiu. Segundo o ministro, houve duas secas, nos Estados Unidos e no Brasil, e a mudança cambial, que interferiram neste ano. "Todo ano tem algum vilão, que já foi o feijão, a carne, e agora é o tomate. A produção agrícola foi negativa no ano passado, e essa foi uma das razões por trás do PIB de 2012", ponderou.
IntervencionismoO ministro da Fazenda também prometeu redução naquilo que o mercado vê como excesso de intervencionismo do governo, que já anunciou 15 pacotes para estimular a economia desde 2011. Segundo ele, a partir de agora, haverá "menos medidas", que estarão restritas a desonerações fiscais.Já a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou hoje que o avanço da taxa de inflação é passageira e que, se for preciso, o governo vai tomar as medidas necessárias para conter a alta. A ministra citou as desonerações da energia elétrica e da cesta básica como ações de controle da inflação, e o tomate, apontado como símbolo da alta dos preços verificada nas últimas semanas. "Agora é o tomate, mas já foi o chuchu no passado", disse. Concordou que além dos alimentos, a inflação tem sido puxada pelos serviços. "
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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