
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, indicou ontem que vê a economia brasileira crescendo mais e gerando menos inflação nos próximos meses. O economista descreveu menor pressão de salários, sistema financeiro sólido e capitalizado e uma certa melhora no ambiente internacional como fatores que possibilitam a retomada do crescimento em 2013, após a freada vista desde a posse da presidente Dilma Rousseff, em janeiro do ano passado.
O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano já demonstra alguns sinais de recuperação, embora ainda abaixo do esperado pelo governo, admitiu Tombini. Segundo os cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 0,6% entre julho e setembro, metade da velocidade esperada pelo governo.
Retomada
"O Brasil tem todas as condições de retomar uma trajetória de crescimento mais forte", afirmou Tombini. "Do ponto de vista da estabilidade monetária e financeira, o Brasil vai bem, obrigado ". O mercado financeiro reagiu às declarações de Tombini. Ao ouvir que a autoridade monetária espera inflação no ano que vem menor do que neste ano, os operadores entenderam que o BC deve manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, inalterada em 7,25% ao ano, como vem indicando em documentos e declarações recentes. Em seu relatório trimestral de inflação, divulgado em setembro, o BC estimava uma alta de 5,2% neste ano, contra 4,9% em 2013.
Tombini e outros diretores da instituição receberam ontem jornalistas para um café da manhã no Museu de Valores do BC, quando prometeu continuar mantendo a transparência. Ao fazer um balanço sobre o ano, Tombini lembrou que algumas medidas econômicas tomadas pelo governo, sem especificar quais, ainda não causaram impacto nos preços.
"As medidas tomadas terão repercussão direta sobre a inflação nos próximos meses", disse.
Em agosto do ano passado, Tombini surpreendeu o mercado ao cortar os juros antevendo a piora do cenário internacional. Nesta segunda, traçou um quadro um pouco mais positivo: a economia mundial deve crescer no ano que vem, mas sem pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como parâmetro da meta de inflação do governo. "Não há um cenário inflacionário vindo do exterior", afirmou Tombini.
Financiamento externo
Ele citou, ainda, condições "confortáveis" para financiamento externo da economia, melhoria no âmbito da política fiscal e a trajetória declinante da relação dívida/PIB como outras bases para a retomada do crescimento.
O BC espera crescimento de 1,6% neste ano e expansão de 3,3% nos 12 meses que terminam no segundo trimestre do ano que vem. Eventuais revisões dos dados serão apresentadas na quinta-feira, no novo relatório de inflação. A previsão do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2012 recuou de 1,03% para 1%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira. Esta é a quinta revisão consecutiva para baixo. Para 2013, a estimativa passou de 3,50% para 3,40%, também a quinta queda seguida.Projeção de PIB é revisada para baixo
São Paulo. Diante de uma retomada ainda lenta do investimento no País, a expectativa sobre a intensidade do crescimento no próximo ano é cada vez mais motivo de dúvida no mercado. A projeção para o PIB de 2013 foi revisada para baixo pela quinta semana consecutiva no relatório Focus, do Banco Central, nesta semana. Os analistas acreditam agora em um avanço de 3,4% no próximo ano. Há um mês, a expectativa estava em quase 4%.
Inflação
Para este ano, houve um leve ajuste. A economia deve crescer 1% na visão dos analistas.
O cenário também é pior na questão de preços. O mercado agora prevê inflação maior tanto no fechamento deste ano como para 2013.
Segundo o relatório Focus desta segunda-feira, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar em 5,6% em 2012, número superior aos 5,4% da previsão de quarta semanas atrás.ProjeçõesNo ano, a inflação oficial está acumulada em 5,01%, acima do centro da meta oficial fixada para este ano. O alvo do governo é 4,5%, com margem de dois pontos para cima ou para baixo.
Para 2013, o índice deve fechar em 5,42%, segundo indicam os analistas. Apesar de um cenário de maior pressão nos preços, o mercado não acredita em mudanças no patamar dos juros básicos no próximo ano.
As previsões sugerem uma taxa Selic estável em 7,25% até o final de 2013. Este número já está estável há cinco semanas.´PIBinho´0,6 por cento foi a taxa de crescimento da economia brasileira entre os meses de julho e setembro deste ano, conforme dados do IBGE Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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