
Quem conhece a história da britânica Carole Horlock, 46 anos, não imaginaria que ela, um dia, se tornaria mãe de aluguel. A maternidade aconteceu a primeira vez em sua vida por acidente. Ela se casou aos 21 anos e logo engravidou. “Foi uma feliz surpresa”, contou ela ao jornal inglês Daily Mail.
Três meses após o nascimento da primogênita Steffanie, hoje com 22 anos, o casamento de Carole acabou. Três anos depois, Carole engravidou novamente. Dessa vez, a bebê chamada Megan, que hoje tem 19 anos, foi fruto de uma relação que terminou ainda na gravidez.
Mãe solteira e com duas filhas para criar, Carole começou a trabalhar em uma lavanderia para sustentar as filhas até que, em 1995, um artigo em um jornal sobre barriga de aluguel chamou a sua atenção.
“Eu adorei estar grávida das minhas duas filhas e não podia imaginar como seria devastador não ser capaz de ter um filho. Eu sabia que era muito fértil, então, eu pensei que, provavelmente, eu poderia fazer algo para ajudar os outros”, diz Carole.
Ela decidiu, então, entrar em contato com a agência de barriga de aluguel que estava mencionada no artigo, Carole teve que passar por avaliações físicas e psicológicas até estar apta para o processo.
Algumas semanas depois, ela recebeu uma lista com casais e escolheu um. Eles eram britânicos, já tinham por volta de 30 anos e não eram capazes de ter filhos.
Após uma reunião inicial, Carole encontrou o casal em um restaurante. Após o jantar, o homem foi até o banheiro com um copo estéril e produziu uma amostra de esperma. Depois que eles se foram, Carole introduziu o sêmen em si com uma seringa.
Ela engravidou na segunda tentativa que também aconteceu após um jantar. E a ansiedade que Carole estava sentindo logo foi transformada em felicidade ao ver a emoção do casal.
Até esse momento, no entanto, ela não sabia como iria se sentir quando chegasse o momento de entregar o bebê. “Mas o que eu sempre pensei era que ninguém tinha me pedido para fazer aquilo, eu fiz porque eu quis e se eu me machuquei, eu tinha que aprender a lidar com aquilo sozinha”, disse Carole.
Os amigos e familiares apoiaram Carole, com exceção de seu pai que não gostava do fato de sua filha ser mãe de aluguel.
Carole também se preocupou em contar tudo para as filhas, que ficaram animadas em ver o bebê. Em dezembro de 1995, Carole deu à um menino e, imediatamente, entregou ao casal. “Eu nunca senti que aquele bebê era meu. Por isso, foi maravilhoso vê-los como família”, disse.
Três meses depois, ela aceitou mais uma gestação. Dessa vez, Carole engravidou de gêmeas, que foram entregues ao casal logo após o nascimento.
Nos anos seguintes, Carole teve outros dez bebês de barriga de aluguel, entre eles, uma filha de um casal que tinha sofrido abortos múltiplos, um filho para um casal que tentou ter um filho durante 23 anos e até um bebê para um casal grego que já havia tentado ter um filho por meio de uma barriga de aluguel, mas a mãe biológica decidiu ficar com a criança.
Durante esse tempo, Carole se envolveu com alguns homens, mas a maioria deles não aceitou a ideia de namorar alguém que fazia barriga de aluguel até que ela conheceu Paulo, 41 anos, que apoiou a decisão de Carole. "Eu me sinto abençoada por ter um parceiro solidário. Ele ama até mesmo sentir os bebês chutar dentro de mim, e gosta de compartilhar cada gravidez. "
Logo após o início do relacionamento, em 2004, um erro catastrófico quase destruiu a carreira de Carole e colocou sua relação em cheque.
Era a sua nona barriga de aluguel. Ela deu à luz um menino para um casal sem filhos, mas, após o nascimento, um teste de DNA revelou que Paulo era o pai biológico da criança. “Claro que eu cometi um erro, mas eu nunca prometi me abster sexualmente. Paulo e eu sempre fomos cuidadosos e usamos camisinha, mas, ainda assim, a contracepção não é 100% garantida”, diz.
"Quando descobrimos o que tinha acontecido, eu chorei por semanas. Paulp e eu discutimos em ter o bebê de volta - mas eu não podia fazer isso com a outra mulher. Então, nós concordamos que eles iriam adotá-lo. "Claro, eles ficaram decepcionados no início, mas eles já estavam com o bebê durante seis semanas e já estavam apaixonados por eles”.
Carole foi afastada da agência para qual trabalhava até que Paul fizesse uma vasectomia. Em 2007, ela ficou grávida novamente para um casal. Nesta ocasião, pela primeira vez, a gestação ocorreu por meio de fertilização in vitro na Grécia, com o esperma e óvulos do casal, ou seja, o bebê não era biologicamente Carole.
No exame de 12 semanas, Carole descobriu que ela estava esperando trigêmeos - um menino e duas meninas.
Foi uma boa notícia para o casal, mas significou uma gravidez complicada para Carole. "Foi mais difícil por causa do meu tamanho", diz ela. 'Eu não podia andar, ou virar-se na cama.'
A recuperação foi mais difícil, após o nascimento dos bebês por cesariana em março 2008.
Agora, aos 46 anos, Carole tem um maior risco de hemorragia e, por isso, decidiu fazer a sua última gravidez de aluguel.
"As gestações não tiveram um impacto negativo sobre a minha saúde, mas eu aceito que este é meu último bebê. Agora, ela pretende ajudar outras famílias em fóruns e palestras”.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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