1.800 casos de câncer de mama devem surgir

 
 Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que cerca de 1.800 novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Ceará, neste ano. Desse total, 50% são de câncer avançado. A informação foi divulgada pelo presidente da Sociedade Cearense de Cancerologia, Luiz Porto, durante o XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia 2012 (Concan), realizado, no último fim de semana em Fortaleza.No entanto, Luiz Porto acredita que há uma possibilidade de surgirem mais de dois mil casos. "O câncer de mama está aumentando, e o dado mais grave é que a população cearense não está preparada para enfrentá-lo", acrescentou.
Segundo Porto, grande parte das mulheres no Ceará ainda não tem consciência da importância da mamografia, das consultas periódicas, dos fatores de risco que podem levar o câncer de mama, pois a desinformação é muito grande.
O Congresso que aconteceu em Fortaleza de 24 a 27 de outubro, reuniu mais de 400 palestrantes de 16 estados, 18 estrangeiros e cerca de 3.500 congressistas. Em meio às discussões científicas, vários especialistas tentaram explicar que uma das principais causas dos óbitos por câncer é a falta de informação. 
Informação 
Para enfrentar a falta de informação, o médico Luiz Porto, que também é responsável pelo Comitê Estadual de Controle de Câncer ligado a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), afirma que o órgão está ajudando a criar associações de mulheres contra o câncer de mama em microrregiões do Estado.
Contudo, a desinformação não é a única causa de óbitos. A hereditariedade também é um fato que deve ser observado. A pedagoga Maria Clébia Dantas, há 12 anos, descobriu que tinha câncer de mama e não foi por falta de cuidado, mas pelo fator de risco já que a professora havia perdido três irmãs com a mesma doença.
Ela conta que fazia exames periódicos e, mesmo assim, foi por meio de um exame de toque que descobriu o nódulo na mama esquerda. Clébia fez mastectomia e dois anos depois outro nódulo surgiu na mama esquerda forçando a retirá-la também. Hoje, Clébia é presidente da Associação Rosa Viva e com a ajuda de 26 mulheres faz palestras sobre os riscos da doença e distribui panfletos de forma voluntárias em locais públicos.
Mas, o trabalho da pedagoga não para por ai. Impressionada com a desinformação das mulheres no Interior do Estado ela fundou uma entidade chamada Amigos de Dona Carlota, no município de Independência, na região do Inhamuns. "O meu objetivo é passar informação para as mulheres que, infelizmente, não sabem nem o que é câncer", ressalta Maria Clébia.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus