Novos depoimentos são favoráveis ao goleiro Bruno

O quebra-cabeça que tenta desvendar o assassinato de Eliza Samudio ganhou peças importantes. Três testemunhas revelaram, em Ribeirão das Neves, Belo Horizonte (MG), que viram a modelo emjogo de futebol no dia em que estaria sob cárcere privado no sítio do goleiro Bruno, preso após ser acusado do crime, no Condomínio Turmalinas.
Segundo a denúncia, no dia 6 de junho de 2010, às 16h, Eliza estava com o filho Bruninho, na arquibancada do campo do Conjunto Henrique Sapori, no bairro Veneza, em Neves. Ela estaria conversando com a então namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro.
Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e outros indiciados disputavam jogo entre o 100% e o Grêmio Azul, sob olhar de mais de 70 pessoas. A informação consta no depoimento do menor J. “Fernanda, Eliza e o filho estiveram no campo do Veneza no dia do jogo do 100%, lá em Neves”, relatou.
“Vi primeiro a Fernanda. Ao lado dela, estava uma mulher que reconheci depois pela TV como sendo a Eliza”, garante uma testemunha. “Minha ex-namorada até pegou o menino no colo. Ela saiu da arquibancada para trocar a fralda perto dali”, afirma outra testemunha. As três disseram que Eliza estava livre.
“Ela não era vigiada. Se tivesse algum problema, poderia correr e gritar”, ressaltou uma delas. Bruno confirmou: “A Eliza estava no local com o Bruninho”, disse o goleiro, através de seu advogado, Francisco Simim.
A mãe da modelo, Sônia Samúdio, disse ontem, em programa da Rede TV, que recebeu ameaças para não continuar o processo movido pela filha contra Bruno e que uma mulher teria sido esfaqueada no seu lugar. Sônia disse ainda que o neto tem pesadelos e fala ‘para largarem a mãe dele’.Bruno vai a júri popular por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado.
Defesa busca testemunhas
Os advogados de Bruno e de seu primo, Sérgio Rosa Sales — que responde pelo mesmo crime —, comentaram uma possível mudança de rota de Eliza, antes de chegar ao sítio: “A polícia reconhece que ouviu algumas pessoas, mas mostrou ter muita pressa em apurar os fatos”, criticou o advogado criminalista Marco Antônio Siqueira, que defende Sérgio. Advogados vão buscar mais testemunhas.
As informações não foram descartadas pela delegada Alessandra Escobar Vieira Wilke, que comandou as investigações na época. “Algumas pessoas falaram que ela foi vista no local, mas outras não. Ela era ingênua. Pode ser que não tenha se dado conta do que estava acontecendo nos primeiros dias”, disse.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus