
A queda do desemprego juvenil no Brasil faz que o país esteja com taxa inferior à de países desenvolvidos, inclusive da União Europeia, que deve chegar a 18% neste ano. Na América Latina e Caribe, a média de desemprego dessa população está em torno de 14,3%, com previsão de chegar a 14,6% até 2016.
De acordo com a professora de administração da Universidade de Brasília (UnB), Débora Barem, o Brasil não sofreu as consequências da crise econômica mundial com a mesma intensidade que outros países.
“Estamos em franco crescimento econômico e produtivo. Os empresários e as indústrias estão investindo e contratando mais gente. É natural que haja menos desemprego e eu acredito que isso vá se perpetuar”, explicou Débora.
Segundo o relatório da OIT, a falta oportunidade a profissionais jovens faz que eles procurem trabalhos temporários, de baixa produtividade, em que executam funções aquém de suas capacidades e recebem salários mais baixos do que o desejado. O estudo ainda constatou que capacitação e níveis mais altos de educação não necessariamente são convertidos em melhores empregos e mercados de trabalho mais eficientes.
Em todo o mundo, cresce a quantidade de jovens no grupo dos Neet (sigla em inglês para: sem estar estudando, trabalhando ou em treinamento). Estima-se que 10% de toda a população juvenil esteja nessa situação.
“O sistema econômico não tem prioritariamente orientação para empregar, mas para competir. Essa competitividade exige formação cada vez mais sofisticada dos jovens, mas o mercado não tem compromisso com isso. A pessoa pode se aperfeiçoar, mas o mercado só os assume se tem vaga. Existe um descompasso entre a necessidade de se empregar e a disponibilidade do mercado”, disse o professor emérito da UnB, o sociólogo Pedro Demo.
As consequências desse excesso de mão de obra e escassez de demanda por empregados são mudanças de perspectivas profissionais, sociais, financeiras e psicológicas, informou o relatório da organização. O estudo aponta que pessoas desempregadas em algum momento da juventude tendem a ter salários entre 8,4% (homens) e 13% (mulheres) mais baixos no futuro.
De acordo com a OIT, os países podem adotar políticas para minimizar os efeitos da falta de emprego entre jovens, como políticas de crescimento macroeconômico, concessão de benefícios para contratação (incentivos fiscais ou subsídios, por exemplo), estratégias de proteção social, parcerias entre os setores público, privado e a sociedade civil e fortalecimento do banco de informações sobre essa parcela do mercado de trabalho.
As regiões em desenvolvimento com as piores perspectivas de desemprego entre jovens, segundo a OIT, são o Norte da África, seguido do Oriente Médio – com 27,8% e 26,9%, respectivamente. O Leste Asiático é a região com o melhor índice para 2012, 9,3%.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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