domingo, 29 de abril de 2012

"O Lula é o amigo da onça da Dilma"segundo o deputado Roberto Freire


Ex-senador pelo PCB e atual deputado federal, presidente nacional do PPS, Roberto Freire tem se mantido coerente com o seu discurso de esquerda. Na última sexta-feira, ele esteve em Natal tratando de alianças do seu partido com outras legendas visando as eleições municipais deste ano. Ao lado do presidente regional do PPS, deputado Wober Júnior, Roberto visitou o interior do Rio Grande do Norte. Em entrevista exclusiva a O Poti/Diário de Natal, o presidente nacional do PPS girou sua metralhadora em várias direções, principalmente para o governo petista. "Nós perdemos grandes oportunidades durante esse governo, por um populismo equivocado. O Brasil perdeu grandes oportunidades do ponto de vista da economia. Estamos começando a ser colocados frente a uma realidade de que esse período não nos conduziu a uma perspectiva de futuro melhor". Roberto Freire falou da Sudene - "O Nordeste deveria avançar mais do que as outras regiões, para equiparar a desigualdade regional. O nível de desigualdade continua" - e da CPMde Carlinhos Cachoeira: "Quando Lula defendeu a instalação da CPI mista, eu logo imaginei que ele era amigo da onça de Dilma. Ninguém pense que essa CPI será contra Demóstenes. Ele pode até nem ser mais senador durante o inquérito. Isso vai ser problema para os governadores do Distrito Federal, de Goiás e para o governo federal com a Delta. O Cachoeira não pagava tudo isso com contravenção não. Pagava com o lobby e sua relação estreitíssima com a Delta. É isso que está aparecendo".
Qual a sua opinião sobre o atual modelo da Sudene?
Primeiro, temos que discutir o que é de fundamental importância para o desenvolvimento do país. Até porque, nos tempos de Lula, a gente perdeu muito com discussões menos sérias. Ele se despreocupou de temas mais sérios do ponto de vista do desenvolvimento do país e sua economia. Por exemplo, em relação ao Nordeste, se deixou de discutir o que nas décadas passadas foi motivo de intensa mobilização que foi a discussão da integração regional. Discutiam-se as desigualdades com o centro-sul desenvolvidos. Isso motivou um grande movimento, com a criação da Sudene. Foi todo um sonho nordestino.
Mas o Nordeste se desenvolveu com a Sudene.
O Nordeste se contentou com as migalhas e transformou isso como uma bandeira, como se fosse de redenção. Não é redenção nem para as famílias que foram atendidas com esses programas compensatórios, assistencialistas. Os grandes projetos, infelizmente, eram mais de propaganda do que de realidade, basta ver o que tem-se de concreto. O desenvolvimento é fruto do cenário internacional. Os projetos já existiam. Não tem nada de muito novo. O Rio Grande do Norte teve desenvolvimento, Pernambuco, Ceará... Mas o Brasil como um todo, também teve. E o mundo mais ainda. Esse é um problema concreto.
Isso vem das últimas décadas?
Sim. O Brasil teve um desempenho ínfimo, se comparado aos outros países. Houve crescimento. O boom da economia internacional beneficiou a todos. Todos os países do mundo tiveram ascensão do ponto de vista social. Fala-se em milhões de brasileiros que avançaram para a classe C. Mas, aí você vê que na América Latina vários outros países, proporcionalmente, tiveram um avanço muito maior. O Uruguai, Peru, a Colômbia, a própria Venezuela tiveram um percentual da população em ascensão social maior do que no Brasil. A média de crescimento da economia brasileira também foi uma das menores da América Latina. E pior: foi um dos poucos países quecresceu menos do que o mundo. Quase todos os países da América Latina tiveram maior crescimento do que o da economia internacional. Se compararmos o Brasil com a China, aí é que ficamos lá atrás. Nós perdemos oportunidades. Vivemos num clima de euforia que parece que o Brasil é único do mundo. Quando comparamos, vemos que os outros cresceram mais do que a gente.
O governo federal destina milhões para os programas sociais. Em que setores o senhor acredita que seriam melhor aplicados esses recursos?
Não é um problema de onde seriam melhor aplicados. Não precisamos retirar um tostão de todos esses programas. O que quero dizer é que não me contento com uma política para o Brasil de assistencialismo, política compensatória. Não tira nada, mas esses programas são completamente insuficientes para imaginarmos o Nordeste superando aquilo que a gente imaginou superar, que resultou na Sudene. Era para superarmos as desigualdades regionais. Mas, continuamos tão desiguais quanto éramos. Nós continuamos o grande bolsãode miséria do Brasil. Aí alguém diz: nós melhoramos. Claro, o Brasil todo melhorou. O mundo melhorou. Mas, a desigualdade regional continua. O Nordeste deveria avançar mais do que as outras regiões, para equiparar a desigualdade regional. O nível de desigualdade continua. E essa realidade não vai mudar com essa política assistencialista. Isso é uma política que tem funcionalidade conservadora. O próprio MST vê sua capacidade de mobilização prejudicada com os programas assistencialistas. A função desses programas é melhorar o presente, mas não oferece nenhuma possibilidade de mudança concreta para o futuro. Ao contrário, você mantém a mesma situação. Não muda a estrutura. Na minha formação como homem de esquerda, aprendi que era preciso mudar as estruturas para modificar a sociedade. Programas assistencialistas mantém a mesma estrutura, justamente para não mudar.
Como o senhor avalia esses mais de nove anos do governo do PT?
Minha avaliação não é boa. Acho que a história fará a justiça devida. Nós perdemos grandes oportunidades durante esse governo, por um populismo equivocado. O Brasil perdeu grandes oportunidades do ponto de vista da economia. Estamos começando a ser colocados frente a uma realidade de que esse período não nos conduziu a uma perspectiva de futuro melhor. Uma característica desse populismo é puxar o desenvolvimento estimulando o consumismo exacerbado. Os países desenvolvidos fizeram isso. A crise (nos países desenvolvidos) é muito fruto dessa política. O Brasil entrou um pouco nesse processo. A oferta exagerada de crédito, o endividamento exacerbado deu bolha. Estourou lá fora. No Brasil, não deu bolha ainda. Mas já estamos vivendo os primeiros sinais de bolha.
Esses sinais de bolhas podem ser traduzidos na inadimplência no crédito?
O nível de inadimplência tem crescido, o nível de endividamento está alto. Eu nunca vi um estadista incentivar a população a consumir. Ele normalmente incentiva a poupança. Alguém responsável, por exemplo, não poderia incentivar, para ganho fácil dos bancos e das montadoras automobilísticas, a compra de um automóvel em 80 vezes. Isso é um crime. Estão começando a aparecer problemas agora. Um carro em 80 vezes é capaz de nem existir mais antes de o comprador terminar de pagar. Quando você tem um prazo para um bem de depreciação rápida, não pode haver um prazo longo para financiamento. Eu não estou querendo impedir ninguém a ter acesso a bens aos quais não tinha antes. Mas não posso incentivar numa economia que incentiva o consumo. Estamos vivendo na iminência de uma bolha. O governo agora reduz a taxa de juros, mantendo a mesma ideia de incentivar o consumo. O desenvolvimento tem que ser da produção, do crescimento e não do consumo.
Quais as diferenças entre as gestões do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff?
O governo Lula "surfou" numa boa onda da economia internacional, exceto no último ano. Teve poucas perturbações. Dilma já assumiu com grandes perturbações, do ponto de vista econômico.
E do ponto de vista ético, em relação aos escândalos de corrupção, que assolaram os dois governos?
Aí não tem muita diferença não. Até porque o governo é o mesmo. Ela era parte do governo.
Como senhor está vendo a instalação da CPM do Cachoeira no Congresso Nacional?
Eu até já disse em tom meio jocoso: CPI é prerrogativa da oposição, da minoria. São exceções os casos das que têm a finalidade de modernizar a legislação, como a do combate à prostituição infantil, a de combate ao trabalho escravo, entre outras que estão acima da questão política. Quando Lula defendeu a instalação da CPI mista, eu logo imaginei que ele era amigo da onça de Dilma. Ninguém pense que essa CPI será contra Demóstenes. Ele pode até nem ser mais senador durante o inquérito. Isso vai ser problema para os governadores do Distrito Federal, de Goiás e para o governo federal com a Delta. O Cachoeira não pagava tudo isso com contravenção não. Pagava com o lobby e sua relação estreitíssima com a Delta. É isso que está aparecendo.
O deputado federal Stepan Nercessian, do PPS, também foi pego entre os políticos que têm ligação com o Carlinhos Cachoeira. Qual será a atitude do partido em relação a isso?
O partido já agiu. O caso foi encaminhado ao conselho de ética. Ele pessoalmente pediu para ser investigado pelo Conselho de Ética da Câmara. Já se apresentou para ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O PPS quer que seja investigado e que se esclareça. O partido não vai blindar ninguém, nem mesmo um companheiro que é um velho militante, que está conosco desde a época do antigo PCB. Nem por isso vamos passar a mão na cabeça dele, diferente do que faz Lula e Dilma com seus mensaleiros, aloprados e seus ministros. Os riscos que temos nesta CPM é de que orelator, que foi indicado por ela, escolhido a dedo, blinde o governo, como já está querendo.
O que o senhor espera dessa CPM?
Que ela cumpra seu objetivo, que consta no pedido de constituição dela, ou seja, que investigue todas as relações do Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, sem nenhuma distinção.
Inclusive o possível envolvimento de veículos de comunicação?
Não. Não existe nenhum veículo envolvido. O que se comenta é que existam jornalistas.
Deputado, a CNBB divulgou na última quinta-feira documento defendendo a aplicação da Lei da Ficha Limpa para cargos comissionados já a partir dessas eleições. O senhor concorda com a extensão dessa lei?
O que está se imaginando, em vários estados e em nível federal, é a regra para os cargos de confiança. Para os demais cargos no serviço público, a lei já prevê que o funcionário tenha a ficha limpa. Não seja condenado em coisa alguma. Para cargos comissionados é que não existia. Alguns estados e municípios já aprovaram. Isso vai prosseguir. É uma tendência. Isso é bom.
Quais as pretensões do PPS para as eleições de 2012?
A oposição brasileira viveu uma eleição paradoxal em 2010. Foi muito bem votada na eleição majoritária. Fomos para o segundo turno na eleição presidencial. O governo federal teve uma vitória no segundo turno fundamentalmente no Brasil menos desenvolvido. O peso desses programas assistencialistas é bem mais forte. Essa é a dura realidade nordestina. Nos grotões, a gente sabe como é que se arregimenta voto. Pode ser de uma forma mais moderna, mas é a velha regimentação do voto de cabresto. Deveríamos talvez arrumar um termo mais moderno. O fato concreto é que grotão não é perspectiva de futuro para ninguém. É resquício de épocas passadas. Se tratando das eleições, os partidos de oposição tiveram bom desempenho na majoritária, também com a eleição de governadores. Mas, do ponto de vista de parlamentares, foi um desastre. Talvez na história brasileira não se tenha visto uma oposição tão diminuta. Para se ter ideia, essa CPM do Cachoeira só foi criada porque o amigo da onça Lula pediu para que o PT apoiasse. Não sei com qual objetivo, mas só existe por conta dele. A oposição não tem número suficiente para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O governo Dilma fez uma base muito grande. Nossa perspectiva é, em 2012, fortalecer o partido para termos melhores condições para 2014.
Existe alguma orientação nacional do PPS para se aliar aos partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff no intuito de fortalecer o grupo oposicionista?
Não. Não temos nenhuma definição de prioridade de alianças. No caso dos municípios, as articulações seguem a realidade local. Claro, quando você tem as maiores cidades do país, há uma influência no sentido de que as alianças sigam a composição nacional. É o caso de São Paulo, inclusive com a candidatura de José Serra (PSDB). É impossível a questão nacional não estar presente. Estará. Mas, mesmo assim, não há uma verticalização nacional. O candidato do PT, por exemplo, está com dificuldades de sair doisolamento. O Haddad (Fernando) está isolado.
No Rio Grande do Norte, o PPS tem demonstrado uma afinidade maior com os partidos da base aliada do governo federal, como PDT e PSB. O que o senhor acha disso?
Também existem partidos da base do governo Lula aliados às principais forças de oposição ao governo. PMDB, PSDB e DEM estão juntos aqui. Viajei na última sexta-feira no avião com o ministro Garibaldi Filho (PMDB) e ele me disse que não procurasse muita coerência nas alianças locais com o perfil nacional. As alianças nacionais não são repetidas em grande parte dos municípios e nem mesmo nas capitais. Aqui mesmo não existe.
Como senhor vê os escândalos de corrupção que assolam o Brasil nos três poderes?
Eu só não chamo nem o general nem o bispo. Vamos ter que resolver. Não é fácil. Brinco com a questão do general e do bispo porque, em outras épocas, apelaram para setores que não respeitavam a democracia. Nada de imaginar saídas que não sejam pelo processo democrático. Mas, não é fácil. O Brasil está vivendo uma fase de corrupção nos três poderes. Não que antigamente não tivesse suas mazelas. Hoje, os processos são públicos para todos. Isso tem exposto tudo para a sociedade, de forma democrática. Tudo é muito transparente. Não estamos tendo instituições, lamentavelmente a Presidência da República não dá bom exemplo, para coibir esse processo de degradação, que é crescente. E como ninguém é punido por nada, a sociedade julga. A sociedade começou a entrar em processo de exaustão.
O senhor citou que o governo tem sofrido derrotas para a base. A votação do Código Florestal é um exemplo isso?
Não. Não foi uma derrota do governo. O Ministério da Agricultura era favorável ao relatório que foi aprovado. O governo tem setores ligados ao agronegócio, aos ruralistas. A contradição existe no próprio governo. No período das vacas gordas - o governo Lula conviveu com isso - ele podia administrar o ministro da Agricultura atendendo ao agronegócio e ao mesmo tempo o do Desenvolvimento Agrário, junto com o MST, criando problemas para o agronegócio brasileiro. O governo conseguia isso. Tinha o Ministério do Trabalho entregue às centrais do trabalhador, e o da Fazenda atendendo aos interesses dos banqueiros. Conviviam tranquilamente. No período de vacas gordas, o governo atendia a todos e conviviam bem. Agora, você já vê trabalhador nas ruas reclamando. Isso vai chegar na base do governo, que é bastante contraditória. O governo se rende a interesses localizados. O governo Dilma tem um ministro com o discurso bem avançado pela descriminalização do aborto. Aí a Dilma vem e faz um discurso mais atrasado para atender à base religiosa. A base do governo é contraditória.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus

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AREIA BRANCA MINHA TERRA - A cidade de Areia Branca começou como uma colônia de pescadores na ilha de Maritataca, à margem direita do rio Mossoró, diante do morro do Pontal, que marca a divisa entre as águas do rio e do oceano. A primeira casa de tijolos foi construída ali em 1867. Areia Branca é hoje um município de 23.000 habitantes e 374 quilômetros quadrados.

SE VOCÊ NÃO SABIA FIQUE SABENDO...O NOME COMPLETO DE D.PEDRO 1





Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon







Ordem: 1.º Imperador do Brasil



Início do Império: 7 de Setembro de 1822



Término do Império: 1831



Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de



Janeiro, Brasil



Predecessor: nenhum



Sucessor: D. Pedro II



Ordem: 28.º Rei de Portugal



Início do Reinado: 10 de Março de 1826



Término do Reinado: 2 de Maio de 1826



Predecessor: D. João VI



Sucessor: D. Miguel I



Pai: D. João VI



Mãe: D. Carlota Joaquina



Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798



Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal



Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834



Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal



Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,



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Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),



Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)



Dinastia: Bragança