Os médicos da rede pública estadual de Saúde decidiram que entram em greve a partir do domingo (29). Os profissionais cobram melhorias salariais e acusam o Governo do Estado de ainda nao ter apresentado proposta formal para o Sindicato dos Médicos (Sinmed). A partir das 7h do domingo, só serão realizados atendimentos de urgência e emergência.Em negociação com o Governo há aproximadamente dois meses, o Sinmed cobra a abertura de diálogo por parte do Executivo para a discussão acerca de benefícios aos profissionais. O pedido inicial dos médicos vai desde gratificação por atividade até o reajuste nos vencimentos de acordo com proposta de piso salarial unificado no país, que tramita no Congresso Nacional.
De acordo com o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, os médicos recebiam aproximadamente R$ 3 mil mensais referentes à produtividade. Além disso, também há o pagamento dos salários, que são de R$ 4,5 mil para profissionais em início de carreira podendo chegar a até R$ 11 mil, aproximadamente, para os mais antigos. O presidente do Sinmed diz que o benefício referente à produtividade foi praticamente extinto e, por isso, cobra a implantação de uma gratificação por atividade.
"Hoje, em média, o profissional recebe algo próximo a R$ 1 mil. Já que estão acabando a produtividade, defendemos que acabe de uma vez e seja criada a gratificação por atividade, no valor de R$ 3 mil", explicou Geraldo Ferreira.
O sindicalista também argumenta que os valores pagos a profissionais estão diferentes entre a própria categoria. Segundo ele, houve a incorporação de gratificações de alguns profissionais e os que não tinham o benefício estão com o salário inferior aos demais. "Pedimos o mesmo salário para todos os médicos", explicou.
Sobre o reajuste salarial propriamente dito, o Sinmed cobra que o Governo adote o piso nacional dos médicos como base. A proposta do valor, que ainda tramita nas comissões do Congresso, fixa em mais de R$ 19 mil os vencimentos dos médicos no Brasil. Porém, o sindicato potiguar diz que entende a impossibilidade de que o valor seja pago em curto espaço de tempo. O objetivo é atrelar os vencimentos ao piso e discutir uma forma escalonada para que o pagamento seja implementado.
"Dissemos ao Governo que estamos abertos a conversar. Atualmente, há médicos que recebem 55% do piso. Então, queremos negociar para que, por exemplo, em um período de um ano esse percentual passe para 60% do valor do piso nacional, e assim por diante. Estamos querendo o diálogo, mas ainda não tivemos resposta", afirmou.
Geraldo Ferreira disse que as tratativas sobre o acordo salarial estão ocorrendo com o secretário de Saúde do Estado, Domício Arruda. O titular da Sesap, segundo o presidente do Sinmed, disse que fez consulta ao setor financeiro do Governo e que, até o momento, a proposta é de reposição salarial de aproximadamente 7%, referente à inflação, com o valor sendo pago também de forma parcelada e dependendo do limite prudencial. Contudo, não houve, de acordo com Geraldo Ferreira, um comunicado oficial. "Não recebemos nenhuma resposta por escrito", garantiu.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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