Os juros bancários continuam caindo. Depois dos bancos públicos, foi a vez dos privados anunciarem redução das taxas para empréstimos. HSBC, Bradesco, Santander e Itaú foram os primeiros a seguir os passos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que anunciou uma nova redução esta semana. Mas é preciso cautela. "As taxas mínimas não são para todos", alerta Tâmara Sousa, economista da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). Na prática, os bancos não estão reduzindo suas taxas de juros, afirma o professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Alexandre Chaia, em entrevista à Agência Estado. "Na verdade, os bancos estão colocando precondições para o cliente poder ter uma taxa mais baixa", disse.
Financeiras devem aderir aos cortes das taxas
Depois dos grandes bancos, agora é a vez de as financeiras cortarem as taxas de juros para não perder clientes. "Todas vão reduzir as taxas no limite do possível. No decorrer do mês que vem, vamos ter boas novidades", avisou Érico Ferreira, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), que reúne 64 financeiras. Desde que o governo sacudiu o mercado de crédito duas semanas atrás e usou os bancos oficiais para forçar a redução dos juros, a competição se acirrou até entre a Caixa e o Banco do Brasil (BB). Quem saiu ganhando foi o consumidor, como o funcionário público João Paulo da Silva Barreto, de 30 anos.
Funcionário do Judiciário, ele acaba de fazer uma operação de portabilidade: levou um crédito consignado obtido no BB para a Caixa. "Valeu mudar porque a taxa de juros da Caixa é menor", disse Barreto, que não fechou a conta salário no BB. A taxa de juros mensal cobrada pela Caixa é de 1,2% e no BB de 1,37%. Isso dá uma redução de R$ 14 na prestação atual de R$ 1.430, de um empréstimo de R$ 45 mil, financiado em 40 meses.
Além das condições mais vantajosas de empréstimo, Barreto disse que optou pela migração porque pretende obter um outro financiamento para compra de imóvel. Por isso, ele acha é interessante ter conta na Caixa.
O vice-presidente de Atendimento e Negócios da Caixa, José Henrique Marques da Cruz, descreveu a "operação de guerra" que foi montada pelo banco para atender ao aumento significativo no número de clientes que houve em duas semanas. A partir de segunda-feira, todas as agências vão abrir uma hora mais cedo. "Deslocamos até funcionários de áreas 'meio' para o atendimento", contou. No dia 12 de maio, um sábado as principais agências vão funcionar só para atender o público e fazer simulações sobre as novas condições dos empréstimos.
O executivo ilustra com números o crescimento da procura por informações sobre crédito. Desde o dia 9 de abril até ontem, o site da Caixa recebeu 1,035 milhão visitações e realizou 421 mil simulações de crédito. O telemarketing com 350 funcionários, montado exclusivamente para informar sobre o novo pacote de crédito, recebeu 40.730 ligações.
Além da maior procura, há números vigorosos de aumento nos empréstimos.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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