sábado, 24 de março de 2012
Chico Anysio comprou brigas e ganhou admiradores
Chico Anysio se orgulhava de ser nordestino arretado e de não fugir à luta jamais. Além do gênio criativo, o humorista tinha talento nato para dar declarações polêmicas. Ele nunca teve medo de falar o que pensava e pagou caro algumas vezes por isso. Na TV Globo, após a saída de José Bonifácio de Oliveira (Boni), que foi vice-presidente de Operações da emissora, em 1998, o humorista foi perdendo espaço na programação e acabou botando a boca no trombone, criticando o excesso de jovens e a condução artística da emissora. Nos anos 2000, as queixas de Chico não repercutiram bem, ele brigou com a então diretora geral Marluce Dias da Silva e foi punido.“Sempre achei que a Globo me daria um cargo de supervisor de seu humor. Não aconteceu. O diretor que exerce a função que eu almejava é o Guel Arraes. Não tenho queixas dele, mas acho que seu humor não é popular como deveria ser”, criticou o humorista, na ‘Veja’, em julho de 2011.
Chico também se gabava de fazer crítica social, com personagens como o político corrupto Justo Veríssimo e a gaúcha Salomé, que conversava ao telefone com o então presidente João Batista Figueiredo e criticava o governo dos militares. “Eu sempre defendi o pobre, o preto, o nordestino, o retirante, o mendigo, o preso e o esfarrapado. Então, rico, nos meus programas, sempre fez papéis ridículos, nunca fiz um rico que se desse bem”, disse. Quando falava de política, ele também não tinha papas na língua: “No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado”.
Um humorista com frases inesquecíveis
Outra característica de Chico Anysio era o talento para criar frases inesquecíveis. “O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar”, disse ele, fazendo crítica social. Casado seis vezes, o humorista também fez reflexão sobre relacionamentos e filhos: “Tem coisa que não se discute: filhos detonam qualquer casamento. São maravilhosos, mas fatais”. Sobre a morte, ele dizia que pensava menos nela do que ela pensava nele: “Não tenho medo de morrer, tenho pena”.
Música, literatura e artes plásticas
Além de se dedicar ao humor, Chico Anysio foi escritor, artista plástico, compositor e ainda atuou no cinema. Apaixonado por pintura, ele retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Seus quadros foram expostos em diversas galerias do País. Ele chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade, aprender as técnicas e ficar mais conhecido, para poder vender seus quadros por um preço melhor.
Chico foi autor de 21 livros, entre eles os best-sellers: ‘O Batizado da Vaca’, ‘O Telefone Amarelo’, ‘O Enterro do Anão’, ‘É Mentira, Terta?’ e o romance ‘Carapau’. Sua última publicação foi ‘O Canalha’, lançada em 2000. Ele também compôs várias músicas, muitas delas registradas por Dolores Duran. Gravou mais de 20 discos. Com Arnaud Rodrigues, formou a dupla Baianos e Novos Caetanos, com a qual também lançou disco.
No cinema, Chico fez ‘Tieta’ (1996) e uma participação especial em ‘Se Eu Fosse Você 2’ (2008), recordista de bilheteria. Seu último trabalho foi como dublador na animação ‘Up — Altas Aventuras’.
Um mestre muito amado
Referência para todos os humoristas desde que apareceu no rádio, Chico Anysio sempre abriu portas e deu oportunidades para novas figuras. Como apontam seus pupilos, ele é, sem dúvida, o grande mestre do humor brasileiro. “Ele me inventou, me ensinou tudo e me legitimou: ‘Vai que vai dar certo’. Chico não precisava mais trabalhar se quisesse, mas dizia: ‘O que vou fazer com a velha guarda do humor? Tenho que dar emprego para essas pessoas”, se emociona Claudia Jimenez, a Cacilda da ‘Escolinha’.
Da mesma turma, Orlando Drummond (o Seu Peru) espera que os filhos de Chico honrem seu nome. “Perdemos o maior humorista que o Brasil já teve. Agora, os filhos do Chico, que têm talentos imensos, continuarão levando o nome dele adiante”, torce.
Nora de Chico, Heloísa Périssé lembrou sua autenticidade. “Sempre falou o que pensava, não tinha máscara”, relembra. Mais que colega de trabalho, Lúcio Mauro se emociona ao lembrar do amigo: “Não sei se vamos ter força para substituir ou deixar viva essa alma do humor. Começamos a fazer um tipo de humor diferente, com muitas críticas”.
Chico foi responsável por lapidar Tom Cavalcante, que lamentou no Twitter: “Meu Deus. Nosso Chico se foi”. Conterrâneo, Renato Aragão chorou a morte do amigo. “Era um multitalento. O Chico fez centenas de personagens, nem ele saberia definir o melhor. Gostava muito do Coalhada. Pensava: ‘Como ele consegue fazer um personagem vesgo o tempo todo?’ É talento demais!”.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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Término do Império: 1831
Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de
Janeiro, Brasil
Predecessor: nenhum
Sucessor: D. Pedro II
Ordem: 28.º Rei de Portugal
Início do Reinado: 10 de Março de 1826
Término do Reinado: 2 de Maio de 1826
Predecessor: D. João VI
Sucessor: D. Miguel I
Pai: D. João VI
Mãe: D. Carlota Joaquina
Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798
Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal
Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834
Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal
Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,
D. Amélia de Leutchenberg
Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),
Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)
Dinastia: Bragança
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