
A três dias do início do ano letivo, próxima quinta-feira, 1º de março, ainda pairam muitas incertezas nas escolas das redes municipal, de Natal, e estadual de Educação. Há riscos que ainda não foram dissipados, como o indicativo de greve dos professores da rede municipal, que têm assembleia geral na quarta-feira, 29, e ameaçam não entrar em sala de aula, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas. Há promessas não cumpridas, como a contratação de professores para suprir o déficit nas duas redes e as reformas e preparação dos prédios para receber os alunos, e há dúvida se elas virão ainda no primeiro semestre. Para os pais a preocupação é a de garantir vagas para matricular seus filhos.
Professores reclamam das más condições
Ao passo que participam da Jornada Pedagógica, encerrada na última
sexta-feira, os professores municipais reclamam da desvalorização e da
falta de condições nas escolas. Em muitas, as pequenas reformas sequer
começaram, em outras estão sendo iniciadas, mas não devem ser
finalizadas até 1º de março. "As escolas, do Estado e do município",
criticou Fátima Cardoso, "estão sucateadas. Nenhuma passou por reforma e
as condições são insalubres, as piores possíveis, na maioria delas".
No município, a exceção fica para os prédios novos dos CMEIs. Na rede
estadual a promessa é de reformar, pelo menos, 84 escolas da rede, e
enviar 100 novos ônibus, que já estão estacionados no pátio do Centro
Administrativo para os municípios. Mas a previsão é de as obras e a
entrega dos veículos só aconteçam a partir de março. Os ônibus escolares
só serão entregues em solenidade no dia 8 de março, na presença do
ministro da Educação, Aloízio Mercadante.
Na rede municipal, o secretário Walter Fonseca garantiu que em parte das
escolas, as obras estão sendo intensificadas e em outras a equipe de
engenharia está verificando a necessidade de reparos. Nas 146 unidades
em funcionamento, 35 funcionam em prédios alugados. Ele reconheceu que,
em muitas, as condições são precárias. O tempo de férias, segundo ele,
"ficou muito curto", mas os reparos estão sendo feitos "em ritmo mais
acelerado".
"Estamos trabalhando", adiantou Fonseca, "para oferecer um ano letivo
com o mínimo de problemas". Segundo ele, os processos de licitação para
aquisição de merenda, equipamentos, fardamento escolar, material de
expediente e de limpeza e kit escolar já estão praticamente fechados.
Mas ainda não há previsão de quando esses materiais começam a ser
fornecidos às escolas.
Em 2011, o município abriu licitação de R$ 1,2 milhão, para manutenção
das 72 escolas em funcionamento e está, segundo o secretário,
providenciando um aditivo, que abrirá - ainda sem data prevista - mais
R$ 750 mil em crédito. No caso dos CMEIs, o gasto em 2011 foi de R$ 400
mil e um aditivo deve ser aberto "no mês de março ou abril".
Na rede estadual, as obras ainda não foram iniciadas e só devem começar
em março, com a abertura do Orçamento Geral do Estado (OGE). Os
diretores já estão desanimados. "O que ouvimos sempre, desde o ano
passado, é que estão preparando o processo, que está em licitação, e
nunca sai disso", reclama a diretora da Escola Estadual Winston
Churchill, Maria Eliane Silva de Carvalho. A escola está na lista da
SEEC das quatro maiores que serão reformadas, ao lado do Atheneu,
Anísio Teixeira e Varela Barca. Em nenhum dos casos o processo saiu da
fase licitatória. A previsão é de investir R$ 1,5 milhão em cada escola.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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