
Um em cada cinco municípios brasileiros poderá ter dificuldades para  fechar suas contas este ano devido aos impactos, sobre as folhas de  pagamento do funcionalismo, do reajuste de 14,13% no salário mínimo e do  piso nacional dos professores, possivelmente em torno de 22%. O  presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo  Ziulkoski, estima que os dois aumentos combinados deverão pendurar uma  conta extra de quase R$ 8 bilhões em ano de eleições municipais, com  possível influência no pleito.
Os maiores problemas, calculou  Ziulkoski, deverão ocorrer no Nordeste, Norte, Centro-Oeste e parte de  Minas Gerais, em prefeituras de cidades pequenas, onde a maioria dos  servidores ganha o mínimo. "O aumento real do salário, desde o início do  governo Lula (2003), já impactou as contas dos municípios em R$ 13,651  bilhões", disse ele. "Só no ano passado, foi R$ 1,3 bilhão mais, e em  2010, 1,7 bilhão." A CNM está finalizando os cálculos para determinar  com mais precisão o tamanho do rombo.
Por causa do aumento do  salário do ano passado, segundo Ziulkoski, 650 cidades estouraram os  limites de gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).  Ainda não há cálculos exatos para o que acontecerá este ano, depois que o  mínimo, a partir de 1.º de janeiro de 2012, subiu de R$ 545 para R$  622, mas o impacto não deve ser menor. A lei determina que os gastos do  Poder Executivo Municipal com funcionalismo não podem ultrapassar 54% do  total.
"Em 2011, no Rio Grande do Sul, de 280 mil servidores nas  prefeituras, só 0,9% ganhavam salário mínimo. Afeta pouco. Agora, no  Nordeste, a questão é muito grave. No Ceará, a média era de 36% dos  funcionários ganhando esse valor. No interior, chega a 60%."
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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