
Depois de ganhar uma sobrevida da presidenta Dilma Rousseff, o ministro  do Trabalho, Carlos Lupi, tentou ontem implantar uma agenda positiva ao  anunciar os números de contratações e demissões no País. Em conversa  com jornalistas falou longamente sobre os dados do Cadastro Geral de  Empregados e Desempregados (Caged), mas irritou-se ao ser perguntado  sobre as denúncias contra ele. Disse que não falaria do tema, ampliou o  prazo para entregar informações prometidas ao Congresso e acabou por  encerrar a conversa sem dar explicações para as perguntas ainda sem  resposta em relação a sua conduta, sobretudo a respeito de suas relações  com o diretor da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira.
Para tentar  montar um ambiente mais favorável, a conversa sobre emprego foi  realizada no auditório do prédio da pasta e não na sala pequena ao lado  do gabinete do ministro, onde acontece todos os meses. Desta forma, Lupi  pode entrar e sair escoltado por assessores sem um contato mais direto  com os jornalistas. O bom humor e as piadas frequentes neste tipo de  entrevista foram substituídos por uma postura mais sisuda. Lupi entrou  sem cumprimentar ninguém e antes de qualquer manifestação reclamou com a  equipe por não ter uma televisão onde pudesse ver a apresentação  preparada para a ocasião. Procurou depois amenizar o clima: "Eu não tive  educação, me perdoem", disse concluindo a frase com um bom-dia aos  presentes.
Durante cerca de 20 minutos ele falou sobre os dados  do emprego, que, aliás, não são tão favoráveis e mostram desaceleração.  Usou até números relativos ao início do governo Lula para tentar vender  boas notícias sobre o tema. A primeira pergunta sobre a crise política,  porém, provocou uma reação imediata: "Não vou falar de crise, preciso  trabalhar". Depois disso, salvo por algum esclarecimento pontual de  dados do Caged, o ministro não conseguiu prosseguir com a entrevista.  Lupi acabou até falando sobre a crise ao prometer enviar até terça-feira  para o Congresso a prestação de contas da ONG Pró-Cerrado, onde,  segundo a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), poderia estar a explicação de  quem pagou o voo do ministro pelo Maranhão.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus 
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