Dados do Banco Central apontam que, em junho, o volume de migração de clientes de um banco para outro atraídos por vantagens na administração de dívidas foi de apenas R$ 247,5 milhões, enquanto o saldo de crédito do sistema financeiro ficou na casa de R$ 1,8 trilhão. Foram 28.832 operações de portabilidade, com valor médio de R$ 8.586. O levantamento mostra que correntistas ainda fazem pouco uso do recurso para acertar as contas.
Número pequeno de consumidores sabe que é possível trocar dívidas em um banco por outra em instituição financeira que ofereça juros mais baixos. É a chamada portabilidade de crédito — transferência de financiamento que funciona como no caso das operadoras de telefonia.
Para usar a portabilidade, a cliente precisa procurar o banco para onde pretende transferir a dívida. Ao comprovar condições melhores, a instituição financeira negocia um novo contrato e paga o empréstimo original.
DUPLA VANTAGEM
Segundo o consultor do Departamento de Normas do BC, Anselmo Araújo Netto, a alternativa de transferência da dívida favorece o cliente na negociação. Isso porque, quando procura o gerente de sua conta e propõe a portabilidade para outra instituição, o correntista acaba recebendo oferta para ficar.
Na Caixa, por exemplo, há normas para se aceitar o novo cliente: depende do valor e do prazo restante da dívida, e só podem ser transferidos contratos com, no mínimo, 11 prestações pagas. Bancos privados também fazem operações de troca de crédito.
Cuidados na hora de optar pela trocaA transferência do financiamento de um banco para outro pode ser vantagem para os clientes, no entanto, órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, recomendam cuidado na hora optar pela portabilidade de crédito. O Procon-SP, por exemplo, recebe reclamações contra agentes que ganham comissão para conquistar novos clientes. Por isso, o correntista deve conferir, com muita atenção, não somente se a taxa de juros é menor, mas se o número de parcelas será o mesmo ao transferir o empréstimo, para não aumentar o tamanho da dívida.
Falta de informações sobre serviço afasta correntista
Apesar de a portabilidade ser boa opção para quem está com dívida alta e procura melhores condições para pagá-la, a falta de informação sobre o mecanismo faz com que os clientes procurem pouco essa alternativa, afirma o consultor do Departamento de Normas do BC, Anselmo Araújo Netto.
É o caso do motorista Iran dos Santos Silva, 47 anos, que não tinha conhecimento do serviço de portabilidade de crédito, mas acha que, para aqueles que precisam, o sistema pode ser uma boa saída. “Se a pessoa estiver muito endividada e o banco não oferecer boas condições, acho muito válido que ela tente negociar com outros”, diz.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
É o caso do motorista Iran dos Santos Silva, 47 anos, que não tinha conhecimento do serviço de portabilidade de crédito, mas acha que, para aqueles que precisam, o sistema pode ser uma boa saída. “Se a pessoa estiver muito endividada e o banco não oferecer boas condições, acho muito válido que ela tente negociar com outros”, diz.
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