Pressionado por denúncias de corrupção, tráfico de influência e desvio ético, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão ontem. Foi o quarto ministro da presidenta Dilma Rousseff a cair num prazo de dois meses e dez dias. Três deles, na esteira de denúncias de enriquecimento suspeito e corrupção - Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e o próprio Rossi. O outro foi Nelson Jobim (Defesa), afastado por continuamente falar mal de colegas ministros.Rossi, um afilhado do vice-presidente Michel Temer (PMDB), havia sido blindado no cargo em troca de uma faxina nos postos abaixo, quase todos ocupados por protegidos seus ou parentes de políticos amigos. Nem assim, no entanto, ele conseguiu se manter
Na carta de demissão, Rossi reclamou de ataques à sua família e atribuiu as denúncias à disputa política. "Finalmente começam a atacar inocentes, sejam amigos meus, sejam familiares. Todos me estimularam a continuar sendo o primeiro ministro a, com destemor e armado apenas da verdade, enfrentar essa campanha indecente voltada apenas para objetivos políticos, em especial a destituição da aliança de apoio à presidenta Dilma e ao vice-presidente Michel Temer, passando pelas eleições de São Paulo onde, já perceberam, não mais poderão colocar o PMDB a reboque de seu desígnios", escreveu.
O empurrão final para que o ministro da Agricultura tomasse o caminho de volta para casa foi dado nos últimos dois dias, com a notícia, publicada no "Correio Braziliense" segundo a qual ele e familiares utilizavam um jatinho da empresa Ouro Fino, que tem negócios com o Ministério da Agricultura. Antes, reportagem da revista Veja mostrara um lobista amigo da cúpula da Pasta atuando nas licitações do ministério.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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