quinta-feira, 23 de junho de 2011
Sanfoneiro Caçula uma Trajetória de 50 anos de Forró-Pé-de-Serra
A sinceridade e a simplicidade estão no olhar, no falar devagar e na conversa. Antes de se apresentar para um público apreciador de Luiz Gonzaga no Teatro Municipal Dix-huit Rosado, o sanfoneiro Manoel Martins Benevides, "Caçula Benevides", relembrou histórias, tirou sua sanfona da caixa e tocou um repertório que lhe é familiar há muitos anos: o autêntico forró pé-de-serra.
Para quem gosta do estilo, é difícil nunca ter ouvido falar em Caçula, pois ele já tocou em todo lugar do Rio Grande do Norte e também nos Estados mais próximos, como Ceará e Paraíba.
Ao longo de uma trajetória de 50 anos de muitas apresentações, teve muitas alegrias, como as vezes que se encontrou pessoalmente com Luiz Gonzaga e o acompanhou nas apresentações na sua cidade, Caraúbas, e em Mossoró. Também se recorda das vezes que tocou com Dominguinhos, a quem diz que é um artista sem igual em simplicidade.
Ao todo, são seis CDs e um DVD gravados em parceria com outros amigos sanfoneiros, como Nilson Viana, ou com banda montada por ele - a Melão de Cheiro -, que o tornaram ainda mais conhecido. Em grande desses CDs o produtor foi o sanfoneiro Dorgival Dantas, que Caçula conta ter conhecido ainda criança, quando tocava com seu pai Ciço Dantas. "Ele acompanhava o pai e pegava no sono enquanto a gente trabalhava, e o vi crescendo e se interessando por sanfona. Hoje ele é um grande nome, um grande talento e orgulho", relata.
MEMÓRIAS NO SÍTIO
Meio século de paixão pela sanfona, para ele, parece que foi ontem que tudo começou. Caçula Benevides se recorda de quando começou a tocar a sanfona: "Minha mãe era viúva, criou a mim e meus irmãos com dificuldade, e eu sempre quis um violão, mas não tinha condições de comprar um", recorda-se.
Até que o irmão João Monteiro conseguiu trocar uma vaca por uma sanfona de segunda mão. Com o tempo, o irmão perdeu o interesse em mexer na sanfona e Caçula começou a tentar "tirar som" do instrumento. Tinha 13 anos de idade.
"Naquele tempo, as pessoas dos sítios não tinham diversão, a não ser as valsas nas casas, e de tanto mexer na sanfona, com oito dias comecei a tocar a sanfona e tocar nas valsas. Mas você imagine a porcaria que a gente tocava", sorriu, recordando-se dos primeiros anos com o instrumento.
Até que, com o tempo, recebeu o primeiro pagamento por tocar numa valsa: um cruzeiro. "Eu, menino, nunca tinha pego em tanto dinheiro e dei uma parte para a minha mãe, já ajudei em casa e fiquei feliz, decidido que queria tocar sanfona. Fiquei apaixonado pela sanfona e pelo dinheiro. Aí, aos poucos, fui aperfeiçoando, mas aprendi sozinho, ouvindo as músicas no pé do rádio", ressalta Caçula.
Os primeiros anos de profissão, Caçula fez sua fama na propaganda boca a boca. Naquela época, as emissoras de rádio se concentravam mais em Mossoró e, para se deslocar até a capital do Oeste, exigia-se uma longa viagem de trem. Foi de festa em festa, de valsa em valsa, de casamentos a batizados que Caçula Benevides foi fazendo o seu nome na cidade, depois em outras cidades. Seu repertório é composto de xotes, xaxados e baiões, além de apresentar músicas de sua autoria.
RITMO E RECONHECIMENTO
Hoje, Caçula Benevides diz que o ritmo de apresentações está menor, até pela questão da disposição. Mas, depois de tantos anos, ainda se orgulha de ser um sanfoneiro das antigas que toca forró pé-de-serra, segue o gênero deixado por Luiz Gonzaga, a quem admira até hoje.
"Meu estilo era forró e sempre foi forró. Já tivemos altos e baixos, já tive banda também, mas gosto do forró tradicional e é o que faço hoje", explica.
O pesquisador Kidelmir Dantas, que dividiu com Caçula o sucesso do Seminário de Cultura Popular na última quinta-feira, 16, no Teatro Dix-huit Rosado, disse sobre o sanfoneiro:
"Caçula é um dos melhores seguidores do Rei do Baião na região Oeste potiguar. Conheci-o tocando numa festa em Severiano Melo, nos idos de 1988, e nunca mais o perdi de vista. Caçula é daqueles que faz porque gosta e tem o dom. Sanfoneiro e compositor de músicas ligadas ao Nordeste e sua terra, Caraúbas. O dr. Marcos Lopes, do Forró da Lua, lá na Lagoa do Bonfim, sempre tem procurado incentivar os artistas potiguares que têm seus trabalhos ligados à tradição do que hoje chamam de 'forró pé-de-serra'. Pois bem, o Forró da Lua levou Caçula, que fez a 'janela' para Dominguinhos no ano passado. Não só um reconhecimento, mas uma maneira de agradecer pelo que esse sanfoneiro de Caraúbas vem fazendo, há 50 anos, defendendo a música popular nordestina."
No final da apresentação de Caçula Benevides, depois de ouvir sua história, é fácil entender por que ele é considerado um dos mais célebres caraubenses e, reconhecidamente, um dos maiores sanfoneiros do Brasil.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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Término do Império: 1831
Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de
Janeiro, Brasil
Predecessor: nenhum
Sucessor: D. Pedro II
Ordem: 28.º Rei de Portugal
Início do Reinado: 10 de Março de 1826
Término do Reinado: 2 de Maio de 1826
Predecessor: D. João VI
Sucessor: D. Miguel I
Pai: D. João VI
Mãe: D. Carlota Joaquina
Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798
Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal
Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834
Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal
Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,
D. Amélia de Leutchenberg
Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),
Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)
Dinastia: Bragança
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