Erasmo Carlos chega amanhã aos 70 anos como um nome referencial do rock nacional e da música brasileira, muito além do papel de coadjuvante de Roberto Carlos
No bairro da Tijuca ele nasceu Erasmo Esteves, carioquíssimo que fará amanhã (5/6) bem vividos 70 anos. Ganhou fama e sucesso nacional como Erasmo Carlos, nem sempre no papel de protagonista, mas sempre fundamental na história da música popular brasileira dos últimos 50 anos. Ao lado do ‘Rei’ Roberto Carlos, e a ‘Ternurinha’ Wanderléa, que o ‘Tremendão’ Erasmo Carlos se tornou sucesso nacional como protagonista do programa Jovem Guarda, que entre 1965 e 1967. Com o fim do programa, ele partiu para uma aproximação com a MPB. Erasmo virou nome referencial no pioneirismo do rock brasileiro, tendo sido um dos primeiros a misturar rock com música brasileira, tendo lançado discos hoje considerados clássicos como Carlos, Erasmo (1971), 1990: Projeto Salva Terra (1974) e Banda dos Contentes (1976). Bateu bola com colegas tijucanos, como Jorge Ben, e os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, além dos roqueiros Os Mutantes e A Bolha.
A transformação de típico garoto tijucano no roqueiro famoso começa a acontecer ainda na adolescência, quando ficou vidrado pelo nascente rock´n´roll da juventude transviada norte-americana que aqui chegava pelas capas de revistas e pelo cinema. Foi quando integrou a turma do Matoso, por onde circulava também Tim Maia, Jorge Ben, Wilson Simonal e onde aportou o capixaba Roberto Carlos. Com colegas da Matoso montou o grupo vocal The Snakes, sem sucesso.
Com o fim do grupo em 1961, Erasmo foi trabalhar como assistente de Carlos Imperial, passando a compor versões para os artistas produzidos por Imperial. É então que integra o grupo Renato & seus Blue Caps, com quem gravaria um LP e acompanharia Roberto Carlos no sucesso Splish Splash (1963). É desta época a inclusão do ‘Carlos’ no nome artístico. O sucesso das versões e parcerias com Roberto logo o credenciaria a se lançar como artista solo com Festa de Arromba (1964).
Coadjuvante
Depois da prolífica trajetória nos anos 70, mas sempre aparecendo como coadjuvante do imenso fenômeno Roberto Carlos, no início dos anos 80 experimenta novamente o sucesso nacional com o discos Erasmo convida... (1980), Mulher (Sexo frágil) (1981) e Amar pra viver ou morrer de amor (1982). Erasmo se desgasta com a cobrança de um disco por ano e não repete o mesmo êxito nos trabalhos seguintes. Amarga uma carreira instável nos anos 90, se destacando durante as comemorações de 30 anos da Jovem Guarda, mas sofrendo com o suicídio da esposa Narinha.
Somente nos anos 2000, Erasmo voltou com força total, passando a compor com novos parceiros – entre os quais Marisa Monte e Nando Reis. Monta a gravadora Coqueiro Verde, pelo qual lança o CD Rock´n´roll (2009), produzido por Liminha. Erasmo vem então batendo uma bola com Arnaldo Antunes e outros artistas que o reverenciam.Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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