PCrônica
Paulo Cesar Brito/Poeta/Escritor AreiaBranquense
Em viajem a capital do nosso estado natal, eu sendo condutor da tópic que conduzia os conterrâneos até a casa de apoio de Areia Branca, para que os mesmos fossem em buscar de tratamento de saúde, és que chegando a cidade de Santa Maria, para deliciarmos daquele saboroso café matinal, após descer todos os pacientes, deparei-me com um som advindo de um carrinho que vendia Cd´s e Dvd´s com as chamadas canções entoadas pelas violas dos grandes violeiros. Entre as canções tocadas estava a do ícone dos poemas e canções Eliseu Ventania.
Logo, logo vem me a lembrança de quando criança pude conhecer alguns violeiros de nosso estado entre eles, a dupla mais popular do oeste potiguar, Eliseu Ventania e João Liberalino.
Grandes baluartes das violas consagradas das canções e poemas.
Conheci Eliseu Ventania e João Liberalino na casa de seu Lourival um apaixonado por violas e cancioneiros. Seu Lourival morava ali na Rua Marechal Deodoro, próximo ao Beco de Macedo. Achava lindo quando Eliseu ventania cantava a canção “Chorando ao Pé da Cruz”, onde o mesmo fala na canção de uma criança que em visitar a cova de sua mãe se lamentava, pelas péssimas condições de vida, que lhe era injusta. Muitos dos ouvintes ali presentes desmanchavam em lagrimas copiosamente. Escutava a todas as canções atentamente. Já João Liberalino era outro exímio tocado de viola, que junto a Eliseu entoava canções maravilhosas, como a canção do amor da mãe pelo filho, que muitas das vezes se fora ingrato com a mesma.
Na verdade leitor as canções são cantadas por homens conhecedores profundo da dura vida levada por nós nordestina, em especial a nação potiguar. Eles sabem mais do que ninguém relatar através de canções nossas dores e vitorias.
E quando os mesmos fazem poemas e canções onde cujos temas falam de amor, desunião, religião e casos como a “a menina morta” e “o pai, o filho e carro”, ai a coisa fica mais bonita e original. Pois as letras desses psicólogos “inatos” batem fortes e a fundo em nossos humildes corações.
A última vez que avistei e assistir Eliseu Ventania a cantar, o mesmo já não fazia mais dupla com o então João Liberalino, não sei se o mesmo já teria morrido. Porém Eliseu Ventania já fazia dupla com um novo violeiro de nome Edilson Calixto. O local do espetáculo, ou melhor, da cantoria, que na verdade não deixa de ser um espetáculo mesmo, foi ali em um bar pertencente ao senhor “bem-te-vi” ao lado da Sancil, onde é hoje o prédio de João Climácio. Muitos anos depois soube da sua morte sentida por todos os seus assíduos admiradores. Com ele morria também e levada à sepultura as mais belas canções e poemas escritos por ele. Que por ventura ainda ecoa em algum lugar desse imenso Brasil e em especial no nordeste. Pois pelo que eu sou conhecedor ele escreveu e cantou mais de mil canções.
Quando na volta para minha amada Areia Branca já de tardezinha, ganhei um cd intitulado “o melhor da Viola”, fui presenteado pelo amigo e companheiro de profissão Reinaldo Junior. Fiquei muito feliz pelo presente e guardo comigo esse acervo cultural de violas. Sempre quando tenho tempo, escuto esse maravilhoso cd dos grandes violeiros, para relaxar minha mente e o meu coração. Saudades dos grandes violeiros em especial Eliseu Ventania e João Liberalino. Os Grãs-mestres da viola.
Postado Por:Paulo Cesar Brito
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