
Leonardo Campos Alves, 44 anos, confessou, no início da noite desta terça-feira (16/11) ser um dos autores das 73 facadas que mataram o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, 73 anos, a mulher dele, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e a empregada Francisca Nascimento da Silva, 58. O triplo assassinato ocorreu no interior do apartamento do casal, em 28 de agosto de 2009. O acusado havia trabalhado como zelador do bloco onde ocorreram as mortes. Mas, na época dos homicídios, já estava morando no interior mineiro.

Agentes da 8ª Delegacia de Polícia (SIA) prenderam Leonardo Alves na segunda-feira, em Montalvânia (MG), a cerca de 640km de Brasília. "Ele confessou a participação no triplo assassinato e apontou outro morador de Montalvânia como comparsa", contou Pedro Cardoso, chefe da Polícia Civil do DF. Paulo Mota Cardoso, 23 anos, é o outro homem suspeito. Ele está preso na cadeia de Montalvânia.
Leonardo Alves passou esta terça-feira na Delegacia de Montes Claros, onde foi ouvido por Pedro Cardoso e pela delegada Deborah Menezes, chefe da 8ª DP. Ele teria apontado ainda um dos dois receptadores das joias levadas do apartamento dos Villela. Apuração da Polícia Civil do DF estima em mais de R$ 700 mil o valor das joias roubadas. Ainda não se sabe a quantidade certa. Outros US$ 25 mil em espécie sumiram do cofre dos Villela na noite do crime.
Versões diferentes
Segundo o chefe da Polícia Civil, ainda não há indício de que outra pessoa tenha participado do crime. Essa é a terceira versão apresentada pela Polícia Civil do DF para o crime da 113 Sul. Nas outras duas vezes em que anunciou a solução do caso, a corporação prendeu 10 acusados de participação direta ou indireta. A versão anterior até virou processo na Justiça, tendo a filha do casal assassinado, Adriana Villela, 46 anos, como principal ré.
Apontada como a mandante das mortes dos pais e da principal empregada da família, ela ainda poderá ir a júri popular. O juiz-presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Sandoval Gomes de Oliveira, recebeu em 1º de outubro a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) contra Adriana. Na decisão em que acatou a denúncia contra a ré e outros cinco acusados, o juiz afirmou haver indícios da participação deles.
Filho na prisãoNão ficou claro como os agentes da 8ª DP chegaram aos suspeitos moradores de Montalvânia. Pedro Cardoso disse que tudo começou quando um dos dois filhos homens de Leonardo Alves, preso no complexo Penitenciário da Papuda por assalto a banco, falou a um colega de cela sobre a participação do pai no crime da 113 Sul. O chefe da corporação não deu mais detalhes.
No entanto, integrantes da 8ª DP e de outras unidades da Polícia Civil do DF contaram que os investigadores do SIA teriam chegado aos novos suspeitos ao investigar quatro homicídios e duas tentativas de homicídio ocorridas na Estrutural, área de atuação da 8ª DP. Há cerca de 20 dias, os policiais chegaram até o filho do ex-zelador.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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