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PAULO CESAR DE BRITO-ESCRITOR/POETA AREIABRANQUENSE
Quando disponho de horas vagas no meu cotidiano, procuro colocar sobre a minha escrivaninha algumas folhas de papel em branco e caneta. Em seguida procuro pelo meu Microsysten velho de guerra, coloco alguns Cd´s para ouvir e começo a pôr minha mente para funcionar, em busca de assuntos do ontem e de hoje para escrever as minhas crônicas. E no meu porta Cd´s encontro um cd com o titulo “O melhor da Viola” e entre uma faixa e outra, deparo-me com uma canção com o titulo “A Falta de Humanidade”. Fiquei pensativo, por que esse titulo? E fui escutar a tal faixa do cd. A canção fala do medico Dr. Aníbal de Aquino do vizinho estado do Maranhão. A qual o seu filho caçula sofreu um grave acidente automobilístico causado por um caminhoneiro. E que a vitima ao chegar com vida ao hospital, que se quer foi atendido por seu pai, a qual estava de plantão no momento do acidente. Segundo o tal Dr. Aníbal só examinaria a criança se o pai do mesmo tivesse condições financeiras para pagar os exames, ora seriam realizados. Até ai nada do sinistro medico saber que aquela inocente criança seria o seu filho amado. A criança veio ao óbito naquela unidade hospitalar. Com alguns minutos a recepcionista do hospital recebeu um telefonema de urgência, querendo falar com o insignificante medico. Era a sua esposa. Ao doutor atender, sua esposa estava super aflita, foi quando a mesma noticiou ao mesmo que seu filho sumira fazia duas horas ou mais. O medico se viu tão agoniado com a tal situação do sumiço de seu filho, que ao sair do consultório medico, resolveu pelo menos dar uma olhada na criança morta. Ao chegar a portar e retirar o lençol de cima de cima do cadáver estava o corpinho inerte do seu filhinho querido. O medico enlouqueceu. E ficou a se lamentar, por que eu não vim olhar a criança, talvez meu filhinho tivesse sobrevivido.
Pois bem, caso semelhante a esse aconteceu aqui na nossa terrinha Areia Branca. Quando eu prestava serviço como locutor policial na extinta Dunas FM (radio comunitária). Fui convocado às pressas para cobrir um acidente de atropelamento á uma criança no bairro do mutirão ali de frente a onde é hoje o Supermercado O Rei das Verduras no ano de 1999. Chegando lá peguei alguns dados de uma criança de nome Ari Sabino Gomes Junior, filho de Ari Sabino Gomes (in memória) e dona Maria do Socorro Mendonça. O fato foi o seguinte, o garoto Ari ao perceber que um carro se aproximava do mesmo e que daria tempo resolver ultrapassar de um lado para o outro da margem da rua. O motorista fez o possível para evitar o cruel acidente, mas infelizmente atropelou o pequenino garoto. Mesmo nervoso o motorista que aqui omitirei o seu nome, junto a demais moradores do bairro, conduziu a criança até ao nosso hospital. O caso era sério. A criança teve traumatismo craniano encefálico (TCE), sendo conduzidas as pressas ao Hospital Tarcisio Maia na cidade de Mossoró. Enquanto isso os familiares do pequeno Junior, ficaram sabendo do acidente. A família foi procurada pelo proprietário do veiculo que se prontificou dar toda assistência medica a criança.
Mais o pior estava por vir. Os pais de Junior receberam um telefonema advindo do hospital pelo acompanhante do paciente, onde o mesmo falou que, um traumatologista, disse que o caso era de urgência, e que só mexeria na criança se os pais adiantassem o pagamento no valor de R$ 200,00 (duzentos reais). O comerciante de nome na cidade, que era o proprietário do veiculo que causou o acidente, autorizou o medico a realizar os exames, pois ela daria até mais que do que o valor cobrado pelo maquiavélico médico. O que importava para ele naquele momento era a criança sobreviver. Mais o medico foi enfático em dizer, “só faço os exames com o dinheiro em mãos”.
Quando a família chegou ao hospital receberam a noticia que o pequeno garoto por esperar demais em um leito, veio a óbito. Coube a família somente trazer o corpinho do Juninho para casa, para depois sepultá-lo. Será que esse monstro médico, é feliz em realizar esse tipo de atitude? O que pensa esse monstro vestido com um jaleco de médico, que foi preparado para salvar vidas, e deixa um caso dessa natureza acontecer? São fatos para refletirmos sempre. Pois seria infelicidade para todos nós, se deparamos com profissionais dessa natureza, em uma saúde caótica em que se encontra em nosso país. Uma coisa direi... Livrai-nos senhor!
Postado Por:Paulo Cesar de Brito
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