quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MÃE TIQUINHA

PCrônica.com
PAULO CESAR-POETA/ESCRITOR AREIABRANQUENSE
Acredito que parte da sociedade Areia-branquense em especial da religião espiritualista, digo, umbanda e candomblé, sabem da minha participação ativa diante dessa milenar religião afro-brasileira. E foi em conversa com alguns adeptos dessa religião que hoje feliz da vida, escrevo sobre uma pessoa que por forças superiores não se encontra mais em nosso meio como ser humano, digo em matéria, mais sim, em espírito. Falo de Francisca Andrade de Souza ou simplesmente Mãe Tiquinha.

Foi, e para sempre será uma das mais celebres sacerdotisa da religião matriz africana da salinésia. Sua casa era muito bem freqüentada, por pessoas advindas de todas as partes do Brasil e por que não dizer do mundo. Que a procurava em busca de ajuda espiritual. Ela sabia ser acolhedora, amável e carismática. Sempre com um belo sorriso no rosto. Mãe Tiquinha possuía um exemplar modelo de mulher forte, que lutava pelo que queria, e não fugia da luta. Proclamada como uma grande yalorixá da nossa cidade. Ela foi percussora, juntamente com o seu esposo José Pedro (In memória), por trazerem a esse solo o candomblé nagô.
Mãe Tiquinha iniciou sua vida espiritual, junto a uma outra grande sacerdotisa e mestra em jurema. Sebastiana na década de 60, a onde mãe Tiquinha na época era uma simples média. Realizava maravilhosos trabalhos quando a mesma incorporava grandes entidades juremeiras como, Mãe Tumtum, Mãe Joana de Fulôr, Mestre Zé da Virada, Luiz dos Montes, Pé de Garrafa, Zé Pereira, Zé das Porteiras e Zé Pelintra. Já nos anos 70, mãe Tiquinha se juntava a outros profundos conhecedores do culto jurema sagrada, digo, Edwirgens, Maga e Eurico Cabeceira.
Ela já se sentindo cobrada pelos orixás em 1966, foi de muda para natal, em busca de quem a iniciar-se nos caminhos dos orixás. Por lá encontrou o babalorixá Carol e por fim o babalorixá Nino da Mostardinha. Retornando a sua cidade natal, junto com José Pedro fundaram a casa de candomblé com o nome de “Abassá de Ogum Tay Ósy”.
Nesse momento Areia Branca, já era conhecida em todo mundo, por ter acolhida de forma tão brilhante a matriz africana. Por imposições das sagradas mãos de Mãe Tiquinha, foram feitas varias feituras de orixás em seus filhos, filhas e netos de santos. Quero aqui destacar algumas delas, dona Lourdes de Ogum Xerokê (minha mãe), Dodora de Iemanjá e Cacilda de Xangô (minhas irmãs) Nerice de Ogum Mariwô, dona Luzia Porciano de iemanjá, Francisca de Omulu, Ricardo Periano de Omulu, Inacia de Oxum e muitos outros. Mãe Tiquinha tinha como orixá Omulu e Oyá Vanjú.
Mãe Tiquinha era uma mulher que tinha o coração maior que o próprio corpo; caridosa, incapaz de negar ajuda a quem quer que fosse mesmo sendo pessoas que dela não queriam bem. Mãe e amiga de todos os seus filhos e filhas de santo, mas também bastante severa, quando estes procuravam fugir de suas obrigações.
Pois um acidente automobilístico, ocorrido no dia 09 de setembro de 1992, tirou-lhe a vida abrupscamente, juntamente com sua companheira de abassá dona Terezinha Amorim filha de Oyá. Areia Branca naquela tarde foi surpreendida com a noticia do acidente e morte da grande yalorixá.
Ela se foi, deixando seus familiares, seus inúmeros filhos de santos e amigos. Porém deixou um expressivo espólio religioso, além de memoráveis lembranças da sua passagem pela terra. Prefiro caro leitor não trazer na lembrança o seu corpo inerte dentro daquele caixão, e sim, lembrar-me da imagem dela sorrindo, ou fazendo os ebós de abrir caminho, como também dela deliciando-se de uma cervejinha gelada ouvindo as musicas dos seus cantores preferidos, Bezerra da Silva e Agepê.
Quero aqui pedir permissão às grandes cantoras do nosso Brasil, Gal Costa e Maria Bethânia, quando as mesmas cantam e encantam a canção em memória de uma grande sacerdotisa da oxum Mãe Menininha do Gantóis, ó minha mãe, menininha... Agora a minha tradução quando eu fico a cantarolar, “ó minha mãe, mãe Tiquinha, ó minha mãe, mãe Tiquinha do Abassá”.
Peço a vós minha doce e amável mãe, onde estiveres rogue aos orixás pela felicidade de seus filhos de santos, familiares e amigos que por aqui deixastes. E que continue a bailar em louvores dos orixás pelos barracões e Abassás da eternidade. A vós minha mãe, peço-lhe minha benção, meu kolofé yá. Saudades de mãe Tiquinha.
Postado Por:Paulo Cesar de Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

VOLTE LOGO!

PROG.COISAS DA GENTE DE SEG Á SEXTA FEIRA DAS 5:00 AS 06:00Hs.

PROG.COISAS DA GENTE DE SEG Á SEXTA FEIRA DAS 5:00 AS 06:00Hs.
E ESTAÇÃO POPULAR AS 13:00Hs.SABADO COM APRESENTAÇÃO E SONOPLASTIA DE DANIEL FILHO NA LUTA FM-APODI-RN-tel:(84)3333-2854

PROG. ALVORADA SERTANEJA(FORA DO AR)

PROG. ALVORADA SERTANEJA(FORA DO AR)
AGUARDEM

AREIA BRANCA-RN

AREIA BRANCA-RN
PORTO ILHA AREIA BRANCA-RN -Em 1974 foi inaugurado o porto-ilha de Areia Branca, o principal escoadouro do sal produzido no Rio Grande do Norte para o mercado brasileiro. Situado 26 quilômetros a nordeste da cidade e distante da costa cerca de 14 milhas, consiste em um sistema para carregamento de navios com uma ponte em estrutura metálica com 398m de comprimento. O cais de atracação das barcaças que partem de Areia Branca tem 166m de extensão e profundidade de 7m. Ali o sal é descarregado para estocagem em um pátio de 15.000m2 de área e capacidade para 100.000t. O porto-ilha movimenta em média 7000 toneladas de sal por dia.

MINHA CIDADE -

MINHA CIDADE -
AREIA BRANCA MINHA TERRA - A cidade de Areia Branca começou como uma colônia de pescadores na ilha de Maritataca, à margem direita do rio Mossoró, diante do morro do Pontal, que marca a divisa entre as águas do rio e do oceano. A primeira casa de tijolos foi construída ali em 1867. Areia Branca é hoje um município de 23.000 habitantes e 374 quilômetros quadrados.

SE VOCÊ NÃO SABIA FIQUE SABENDO...O NOME COMPLETO DE D.PEDRO 1





Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon







Ordem: 1.º Imperador do Brasil



Início do Império: 7 de Setembro de 1822



Término do Império: 1831



Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de



Janeiro, Brasil



Predecessor: nenhum



Sucessor: D. Pedro II



Ordem: 28.º Rei de Portugal



Início do Reinado: 10 de Março de 1826



Término do Reinado: 2 de Maio de 1826



Predecessor: D. João VI



Sucessor: D. Miguel I



Pai: D. João VI



Mãe: D. Carlota Joaquina



Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798



Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal



Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834



Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal



Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,



D. Amélia de Leutchenberg



Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),



Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)



Dinastia: Bragança