
Pouco mais de duas horas de propaganda eleitoral gratuita, dois debates televisivos e atos de campanha em sete estados separam os candidatos à Presidência do domingo decisivo para o destino político do país. Os últimos passos previstos para Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) demonstram que Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, ainda é a noiva mais imprevisível e cobiçada. Os dois presidenciáveis devem escolher as Alterosas para marcar presença entre o eleitorado às vésperas da eleição, mas em cidades diferentes. Dilma é aguardada na capital e Serra no norte do estado.
O Nordeste que acolheu a petista no primeiro turno continua sendo assediado pelo tucano, mas a campanha de Dilma não deixa o adversário voar sozinho na região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta arrematar o predomínio eleitoral de Dilma no Nordeste, pedindo votos para sua candidata em evento marcado para quinta-feira em Recife (PE). Durante a semana, a petista também se encontrará com aliados em Fortaleza (CE) e Caruaru (PE). Serra deve visitar Pernambuco e Bahia.

Almeida diz que a estratégia é investir em agendas de rua mais intensas
Apesar da importância da campanha nas ruas e do contato direto dos candidatos com os eleitores, são os dois debates da última semana que movem os marqueteiros petistas e tucanos. Aliados dos presidenciáveis são unânimes ao afirmar que não é o momento de lançar mão de nenhuma manobra ousada. As pesquisas internas do PT de Dilma mostraram que a atitude mais “assertiva” da candidata nos últimos debates foi positiva para a mobilização da militância e bem aceita pelo eleitorado.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirma que apesar de a campanha continuar apostando na fórmula da comparação dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso, a orientação é para que Dilma não se intimide diante das provocações do adversário. “É a estratégia da comparação dos projetos, das biografias de FHC e Lula. O confronto é para deixar mais claras as posições. Não há como evitar o confronto entre os dois candidatos, o Serra baixou muito o nível da campanha”, critica Vaccarezza. O aliado de Dilma afirma que na reta final da campanha os estados prioritários são os que concentram maior número de eleitores, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Hoje, a candidata lança oficialmente em São Paulo seu programa de governo. A presidenciável escolheu o estado para reforçar seus compromissos registrados no “Os 13 Compromissos Programáticos de Dilma Rousseff para Debate na Sociedade Brasileira”.

“Coisas novas”
Enquanto o PT tenta se fortalecer no Sudeste, aliados de Serra no Nordeste têm trabalho redobrado para conquistar votos para o tucano na reta final da campanha. O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), conta que os correligionários têm investido em “coisas novas”, para atrair os eleitores por meio de peças publicitárias e ações mais intensas na rua. Amanhã, Serra deve cumprir agenda na Bahia, em companhia do ex-governador e senador eleito Aécio Neves
(PSDB). Segundo Almeida, Dilma evitou participar de debate no SBT Nordeste, para não correr risco de perder votos na região. “Ela não está querendo enfrentar as discussões sobre o Nordeste, porque essa bondade do Nordeste para ela não se justifica”, ataca.
O líder do PSDB afirma que Serra retomará, no debate de hoje, o episódio da agressão que sofreu em caminhada no Rio de Janeiro, mas deixará de lado temas de inspiração religiosa. O incidente abriu polêmica sobre o objeto que atingiu o presidenciável e até o presidente da República apareceu para botar fogo na discussão, acusando o adversário de Dilma de simular ferimento depois de ser acertado por uma bolinha de papel. “Não há como não abordar esse tema. A violência e a perda de equilíbrio do PT e do próprio presidente Lula estarão no debate.”
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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