Pais poderão reduzir as despesas com material escolar em pelo menos
10% adotando a prática da compra coletiva e reunindo grupo de outros
responsáveis, tendo um deles registro profissional de professor. Para se
ter uma ideia, uma lista de livros do 3º ano do Ensino Fundamental
custa, segundo levantamento feito pelo DIA, R$ 762,30, mas com o
abatimento de preços sai por R$ 686,07, ou seja, uma economia de R$
76,23.
Os itens de papelaria também para o 3º ano do
Ensino Fundamental custam R$171,45, elevando o gasto total a R$ 933,75.
Obtendo os 10% de desconto, o material fica por R$ 154,30, configurando
economia de R$ 17,15, que somada a dos livros alcança R$ 93,38, montante
suficiente para comprar o livro de Artes da mesma lista, que sai por R$
73,90.
A reportagem levantou os preços cobrados em papelarias e
livrarias do Rio na primeira semana do ano e adotou um conjunto de
práticas simples e acessíveis para reduzir o gasto final. Caso o grupo
de compra coletiva não tenha um professor entre os responsáveis, a
solução é procurar cada editora para negociar o desconto. Porém, terá
que preencher cadastro no departamento comercial da empresa que, após
avaliar título e quantidade a ser comprada, vai oferecer um abatimento
que pode ser igual ou superior a 10%.
A aposentada Tânia Maria da Silva, 60, assume o
papel de mãe e compra todo os anos o material escolar dos netos,
Letícia, 13, João Paulo, 12, e Núria, 3, que frequenta o maternal.
“Ainda estou aguardando a lista. Geralmente pago R$ 1 mil.”
Ela reclama dos livros por serem os itens que
mais encarecem. “Às vezes eu gasto mais porque os netinhos querem o que é
novidade e eu acabo fazendo a vontade deles”, disse, acrescentando que
sempre parcela a compra.
A professora do estado Natiele Alves,
27, já se acostumou a comprar o material. Ela tem um filho de seis anos
e lembra que em janeiro os preços nas gôndolas ficam mais altos, por
isso comprou tudo em dezembro. “As escolas deveriam enviar a lista antes
do dia 20”, frisou, acrescentando que desembolsou cerca de R$ 900.
Natiele não vê diferença no preço de partida dos livros
entre as lojas físicas e virtuais. No entanto, por ser docente, ganha 5%
de desconto em livrarias e 10% em papelarias. “Isso ajuda muito quando
você coloca o total na ponta do lápis”, disse.
Mas ela sempre negocia antes de requerer o abatimento mesmo sendo professora, para ver se consegue descontos ainda maiores.
PLANEJAMENTO
Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, a
compra de material escolar é sempre motivo de preocupação. “Planejar a
aquisição e ter tempo para fazê-la são ações que resultam em economia”,
disse o autor do livro Terapia Financeira, acrescentando que os os
valores estabelecidos pelas lojas podem ser questionados.
REAPROVEITAMENTO
Domingos recomenda o reaproveitamento dos itens
adquiridos no ano anterior e que não foram usados ou estejam em bom
estado. “É importante lembrar que as trocas de livros didáticos entre
alunos de séries diferentes representam grande economia. Caso não possa
trocar, doe o material para jovens de famílias necessitadas”, destacou.
ERRO COMUM
O especialista ressalta que um erro comum é
levar os filhos junto na hora das compras. Ele sugere que o pai ou a mãe
vá sozinho com a lista dos itens em mãos para adquirir somente aquilo
que é necessário. Produtos licenciados também devem ser obtidos com
cautela, pois são muito mais caros do que os comuns.
LOJAS VIRTUAIS
Domingos lembra que as lojas virtuais
geralmente cobrem o preço das de rua e shoppings, que embutem no valor
final os custos fixos e variáveis como tributos, aluguel e funcionários.
Porém, se estiver em posse de um levantamento detalhado, o consumidor
poderá negociar e levar o produto na hora, algo impossível no comércio
eletrônico.
ATACADO
Caso o consumidor tenha dois filhos ou mais,
ele pode trocar o comércio varejista pelo atacadista, onde as vendas são
exclusivamente para quem compra em grandes quantidades. No caso dos
livros, vale checar se há algum professor na família ou entre os amigos,
pois o profissional pode, por lei, obter os exemplares com descontos e
até preço de custo.
TRANSPORTE
“Antes de fechar com as vans escolares, veja a
possibilidade de um revezamento com pais que moram na mesma área ou
condomínio. Costuma ser muito divertido e cria uma relação de comunidade
mais sólida”, disse, complementando que não sendo possível, os pais
devem contratar vans regularizadas para evitar problemas futuros.
ALIMENTAÇÃO
Ele sugere que os pais comprem produtos para o
recreio em atacados, para economizar na merenda. “Mas essa iniciativa
deve ser precedida de um bom balanceamento nutricional. Ensine seu filho
a comprar somente o necessário e não desperdiçar”, destacou,
acrescentando que o pai deve saber com a direção da escola quais
diferenciais a instituição terá em relação ao ensino de educação
financeira.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus