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PAULO CESAR BRITO-POETA E ESCRITOR AREIABRANQUENSE
Aqui e ali a memória me traz lembranças de coisas e pessoas do meu tempo de menino, sem que eu possa julgar ter havido uma associação de idéias, velada ou não. Fenômeno mental que a ciência dever ter como explicar, livrando-nos do recurso fácil a coisa que chamamos de mistério. E tudo me vem, algumas vezes, com uma nitidez do tempo presente.
Pois me vem á lembrança de Antonio Agostinho Filho, nome dado na pia batismal por seus pais, mas que em Areia Branca todos o conheciam por Antonio da Pedra. Ganhou este pejorativo acredito eu, pelo mesmo ter a profissão de construtor, e uma das suas maiores obras era a de “calçar as ruas” Antonio da Pedra era natural da cidade de Jardim do Seridó aqui mesmo em nosso estado. Segundo informações colhidas, o mesmo fugiu de casa aos 10 anos de idade, por causa de uma forte surra dada por seu pai, por conta de suas peraltices. De tanto andar construindo calçamentos pelas cidades do interior, O velho Antonio da pedra resolveu pisar o solo da salinésia e por aqui construir sua grande prole ao lado de sua esposa Maria Carmosir Rebouças, natural da cidade de Icapui no Ceará.
Foi através de sua humilde empresa, que 50% por cento das ruas de nossa cidade, foram calçadas. Antonio da Pedra tinha tanto responsabilidade naquilo que realizava que, era os seus funcionários trabalhando, e ele sentado no meio fio das calçadas com os olhos fixos no trabalho que estava sendo executado. Não era homem de ficar mandando ou exigindo, pois ele sabia que seus humildes e simples trabalhadores eram competentes até demais.
As ultimas ruas que eu vir e lembro-me bem, a equipe de Antonio da Pedra calçando foram as ruas Floriano Peixoto e Machado De Assis. Mais minha família teve de se mudar de endereço no ano de 1982, e foi morar na rua da pista como era mais conhecida pela população Areia-branquense. Porém não avistei mais seu Antonio. Soube por um de seus filhos de nome José, que o mesmo veio a óbito no dia 16 de novembro de 1986. acredito que com ele também morreu a arte de fazer calçamentos de primeira classe em nossa cidade. O velho foi abatido pelo câncer de Próstata.
Mais antes do mestre da arte do calçamento partir em definitivo para o lar celeste, o mesmo deixou a seguinte prole familiar, 10 filhos, 20 netos, 11 bisnetos e sua esposa Maria Carmosir, que veio a óbito em outubro de 1991. Os dois marido e esposa estão enterrados em um tumulo no cemitério São Sebastião aqui em nossa cidade. Particularmente achava seu Antonio da Pedra parecido fisicamente com Luiz Camunda e Zeca Candido. Ainda cheguei a andar na Caravan e uma rural vermelha e branca de Antonio. A família Agostinho Rebouças, dedico-lhes, com carinho esta crônica em memória de uma grande guerreiro, amigo e companheiro chamado Antonio da Pedra.
Postado Por:Paulo Cesar Brito